Dê asas e imagine a ação.
Ontem eu sonhei, e hoje vou te contar.
Sonhei que não existia mais, mas não foi difícil me acostumar.
Eu não existia na forma conhecida atual, mas sim na forma infinita e atemporal.
Não existia, mas também não morria. Simplesmente vivia.
Andava, falava, olhava, passava e voava. Circulando entre as pessoas, ninguém me notava.
Viajava no tempo indo de um canto a outro do mundo.
Comecei voando, como sonha um menino.
E de cima olhava para baixo escolhendo qual seria o destino.
Primeira parada Egito.
De pirâmides, areia, mistérios e costumes, a principio um pouco esquisitos.
Conheci Tutancamom, o grande faraó. Conversa rápida pois quando parti olhei para trás, e o mesmo já estava reduzido a pó.
Fui para a Grécia.
Aristóteles, Platão e Sócrates reunidos estavam por lá. Discutiam idéias e conceitos sem saber onde, anos depois, os mesmos iriam parar. Fênix me fez companhia e me disse que eu era especial. Já que outra vez até Ícaro tentará a façanha de voar, mas sem sucesso, acabou se dando mal.
Fui então para o Japão e sem destino certo seguia, mas nem tive tempo de descer pois vi que lá, uma bomba explodia. Assim, resolvi ir embora, sabendo tempos mais tarde, notícias daquela ilha, e da potência que era agora.
Europa então.
Itália bateu forte o coração quando eu cheguei, e olhando passei. Das campanhas do Sul às montanhas do Norte, e como faz parte da minha existência, está explicado por que o coração bateu forte. Depois de descer outra vez e andar pela terra que às vezes virava mar. Aquilo apesar de bonito não me chegou a enjoar, mas me causava estranheza. Mas por pouco tempo, pois logo em seguida, percebi que estava em Veneza.
Andei um pouco mais pelo chão com destino a França, andando por todo o Mediterrâneo em sua beira, em pouco mais de segundos, cheguei enfim à fronteira.
Museu de Louvre, Córsega, comida, charme, a arte está presente aonde se pisa. E a partir daquele momento descobri do que ri a Monalisa.
Virei a cabeça e decidi procurar lugares por muitos, antes esquecidos.
Visitando a Tailândia e o Nepal, comprovei que são lugares bem parecidos.
Índia, terra de mistérios e povo sofrido. Talvez seja mais forte que muitos outros países se todos os povos de lá, resolvessem ficarem unidos.
Muito quente parti para a Rússia, o maior território, terra branca, de neve e de frio. Pessoas grandes e de pouco calor, decidi visitar o Brasil.
Gostei, vivi, morei, entendi as belezas, mas outras coisas como o governo, até hoje não sei.
Talvez o lado bom e o lado ruim tenham se juntado para fazer o lugar, eu pensei. Pois o privou de fenômenos naturais, mas colocou governantes que ninguém agüenta mais.
Argentina, Chile, Bolívia, paises onde pude visitar e acompanhar. Um pequeno grupo que apesar de pequenos, comparados aos demais, sabem se reerguer e lutar.
Sem esperar, algo mais forte me atraiu. Vindo dos Estados Unidos da América com a força de um imã senti uma forte atração. Uma força que puxa muitas pessoas gerada e impulsionada ainda mais, pela força da televisão.
Na casa branca, a sua cor estava mais pálida do que eu esperava, como se aquele clima estranho que no ar pairava fosse um alerta de atenção, a um perigo que sempre rondava.
Ali, liguei os fatos à ocasião. Aquele mesmo lugar onde eu estava, tinha sido responsável pelo medo e desastre que me impediu de conhecer o Japão, mas com uma diferença de pensamento e valores de visível compreensão. Já que a pequena ilha sabia quem era o inimigo que os atacou na ocasião, e após terem sido destruídos, conseguiram a reconstrução. Já com o potente e imponente país do mundo atual, não aconteceu isso não. Tudo bem que eles não foram totalmente destruídos, mas mesmo assim, seus inimigos começaram a atacar e ficar escondidos em muitos países, como Iraque ou Afeganistão.
Andei, voei e vi. Mas não posso parar e nem quero.
Quero sim é ter outras experiências das mais complicadas as mais banais. Conhecer e passar por lugares interessantes, não importando se estejam em guerra ou em paz.
A pequena Zwuatanerru no Pacífico, ou a escondida Atlântida, que do mar não saiu jamais.
Vi e vejo as pombas nas ruas, voando e andando livres.
Os gatos que enxergam no escuro, a pessoa que é independente e firme como o mesmo gato, ou aquele que sempre está em cima do muro.
Tudo tem sua hora certa, espaço e lugar. E enquanto essa vontade existir e surgir em uma hora que não pudermos saciar, o melhor a fazer é tê-la, se concentrar e sonhar.
Sonhar de olhos abertos, fechados, andando ou parados, viajar é sonhar.
Voltei à forma normal, mas minhas asas não foram cortadas, foram apenas guardadas.
Guardei as asas por que nesse mundo atual, elas fisicamente, não são concebidas a nós humanos mortais. Pois talvez se tivéssemos, iríamos dar um jeito de acabar com seus verdadeiros e merecedores donos, os animais.
Nós temos asas, que se abrem quando fechamos os olhos.
Eu então abri os olhos e acordei. Mas as asas... eu nunca fecharei.
FF
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