ROSA DOS VENTOS

Entreguei ao vento, um beijo para ele poder te levar.
Expliquei, quem você era, só para facilitar.
E ele, que não tão forte soprava, disse que iria te dar.
Preocupado não fiquei, pois sei que posso confiar.
Pedi apenas uma confirmação de envio, só para aliviar.
E lá se foram, vento e beijo, sumindo do meu olhar.
Em tempos de estradas cheias, a melhor forma seria voar.
Voou... soprou forte, do centro ao norte, atravessou terras pelo ar.
Misturou-se com outros ventos, mas sem o beijo largar.
Cruzou montanhas cinzas e verdes, até finalmente chegar ao mar.
O caminho estava quase completo, até o alvo encontrar.
Perdi contato com o vento, mas sei que levou o beijo até lá.
Como eu sei...? Sei por que uma brisa veio me falar.
Quando se tem pressa, chama-se o vento para levar;
Quando se tem calma, é a brisa que vêm para conversar.
Disse que o beijo chegou sem problemas. Fácil de achar.
E que também tinha algo para me entregar.
Fiquei surpreso e muito agradecido pela ajuda, de coração.
Ela me disse ainda que deu tudo certo, inclusive a confirmação.
E antes de me entregar, deu a última instrução;
Que eu fechasse os olhos, pedido da dona do beijo, com emoção.
Fechei, fundo respirei, esperei e senti a brisa tocar... suave sensação;
Sem mais nada a dizer foi partindo, deixando algo em minhas mãos.
Abri os olhos e o que vi, causou ainda mais admiração.
Seu rosto, feito com traços de vento, numa rosa em botão.
Um singular esboço feito, em determinado momento, com estimação.
Resolvi chamar de rosa dos ventos, pelos contornos e cheiro, dessa mais bela visão.

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