Na ousadia de tentar explicar o resultado aonde ainda também quero chegar, me arrisco, sem medo de errar, a definir o ser que se equilibra em seu corpo por completo, e que mesmo simples, possui um interior bem complexo, pois é a materialização da arte que recebeu o sopro de vida e foi batizado de ator.
Ator é sem pudor, encara de peito aberto a alegria e a dor. Sente, expressa, passa, é crença sem raça, sem cor, vai de Hitler a Ghandi, do ódio ao amor.
Interpreta, assume, emociona, transmite a mensagem, veicula, abre as portas de um outro mundo para o mundo, é suado, é escravo do vício prazeroso, intenso e gostoso.
Vive vidas, chora choros, não se ilude com os aplausos, faz dele o seu salário, estuda, analisa, e encontra dentro de si a força que precisa.
Tem o dom de atuar, conhecer-te, emociona-te, vibra com a melancolia do personagem, se enxerga, se entrega, se empresta, pisa no altar do palco pronto para a guerra, armado de sua confiança.
Passa, marca, desaparece, desperta desejos, vontades, imagina, volta no tempo, pára o tempo, brinca no tempo, aparece do nada e fica para sempre a quem viu.
Fala palavras que não são suas, mas de tão bem pronunciadas confunde-se no seu eu. Existe e participa.
Admira e é admirado, nasce grande porém adormecido, cresce mais, diminui conforme a necessidade, canta e encanta.
Apresenta, fique a vontade, é versátil, não só amadurece, estica-se, alcança, vira avô e criança, volta a ser quem era, o personagem principal de sua própria vida, sofrida, vivida, passada, única, real ou criada com a missão de simplesmente ser o que quiser, quando e onde bem entender, seguido pela direção de um refletor que escurece os olhos e ilumina o interior da platéia que prestigia o ator, maior exemplo de opostos atraindo as atenções regadas à inspiração e transpiração afloradas, pulsantes, vivas, bem na sua frente de braços e cortinas abertas, para o que der e vier, do lindo ao ridículo esse é o papel e o texto é o decorado, o improvisado que costura e passa o drama, passa o conceito, passa a estória, entra para a história.
Ninguém é mais que ninguém, mas o privilégio especial de poder ser todos, individualmente como ninguém, pertence a um único ser...
O ser ator.
FF
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Maravilhoso irei declamar em meu Instagram espero que goste @aurypastanaoficial
ResponderExcluirBoa tarde. Amei este texto, posso declamar em vídeo é postar no face e Instagram? FF São as iniciais do autor, se possível me manda seu nome.
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