Um dia normal, como ontem e hoje tudo igual, bem no meio das horas.
Foi quando pensei em você, bem em suas pernas, tão bonitas de se vê.
Dei um tempo no serviço, joguei tudo pro lado e só pensava no sumiço.
Uma forma de ir te reencontrar, nem precisava encostar, bastava olhar.
As pernas, que fazem tremer as minhas, parado e sentado, você vinha.
Em minha direção, perdi a noção, afastei a cadeira e foi tudo pro chão.
Assustei, para os lados olhei, abaixei, peguei, outra vez arrumei, voltei.
Precisava me concentrar, mas caso falhasse, voltava para suas pernas.
Falhei..., entre o recomeço de uma tarefa, enxerguei as canelas, voltei.
Um contraste já que as mesmas que te levam, me deixam hipnotizado.
Têm algo que não sei explicar, que afastam as demais coisas do olhar.
Aí, parei outra vez, e mesmo eu estando bem ali, bem longe daí, te vi.
Suas pernas fizeram as minhas se afastar, relaxar enquanto via chegar.
Lisas bem desenhadas, são na beleza da cor e na proporção do calor.
A corrente, abraça o tornozelo, me liberta o desejo e acaba com o ar.
O coração já não dispara, o coração diz continue, avance, siga, venha.
Com seu balanço, você se aproximou outra vez, chegando bem perto.
Eu, de baixo para cima te olhava, como do mar, o Colosso de Rodes.
A deriva, levado pelo vento e pensamentos, sem freio nas suas curvas.
Na minha volta, papéis desprezados, mas no meio deles um rascunho.
Um esboço que comecei a fazer quando me entediei e em você pensei.
Nem se compara a sua beleza, elegância, importância, valor ou talento.
Mas num momento serviu como refúgio, o portal em pedaço de sonho.
Suas pernas, tão lindas e macias, nem precisam de cremes para brilhar.
Eu, pelo contrário, preciso de você para continuar, sonhar e acreditar.
Continuar com os planos, sonhar com outros, incluir você, e até mudar.
Mas agora, tornando mais contente, preciso mesmo é voltar a trabalhar.
Em companhia daqueles papéis, que antes haviam sido levados ao chão.
Mas que agora ponho as idéias, anseios, algumas palavras e o coração.
FF
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