É dormindo que nos igualamos.
É a hora do repouso, que todos têm.
As diferenças entre nós, acabam quando o sono começa.
O mau se acalma, adormece e se iguala a serenidade do bem.
O gordo não sente o peso e alcança o magro.
Nessa hora até os altos e os baixos também se igualam.
Até as vontades são iguais, voar é uma delas, em comum para todos.
Aquele que correu o dia inteiro para sobreviver se equipara ao que já está com a vida ganha.
Nessa hora as posições sociais favoráveis se igualam nas posições corporais confortáveis.
É o momento em que o rico segue o exemplo do pobre, se esse abrir a boca para bocejar primeiro.
O feio imagina ser bonito e o lindo nem precisa, pois sabe que quando acordar será o mesmo.
Dormir é acordar para os desejos, e resolver realizá-los dura até as pálpebras se abrirem novamente.
Dormindo, os bens sucedidos descansam a mente enquanto os demais, também o corpo faz.
Dormindo se pode ir e vir, não existe passaportes, vistos negados ou distâncias para ninguém.
Somos todos iguais até o relógio tocar, alguém nos acordar ou levantarmos da cama ou do sofá.
Dormir é um convite para um mundo onde todos têm direitos iguais e pode-se fazer o que quer.
Não foi dormindo que cheguei a essa conclusão e talvez seja por isso que este seja o diferencial.
Pois se tivesse feito enquanto dormia, escrever até poderia mas esse texto ficaria igual aos demais.
É durante o dia, acordados, que fazemos as coisas acontecerem e as coisas continuarem a andar.
Mas de nada adianta, se não existir o sonhar, o planejar, o dormir, o organizar e logo o despertar.
Independente do colchão, de molas ou não, em pé ou no chão, todos precisam dormir para acordar.
Estando de acordo com os acordos, fica acordado que se estivermos acordados, nós acordaremos.
FF
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