QUANDO ESCREVO DÓI

Quando eu escrevo, dói.
Quando eu falo, não sai.
Quando ando, me perco.
Quando respiro, suspiro.

A dor não vem da mão, vem do coração.
A voz, se cala e o silêncio ecoa na sala.
Meu caminho eu perdi, nem sei aonde ir.
Meu ar ainda está preso, dentro daquele beijo.

A causadora da dor, tem até sobrenome.
A voz tem a mesma beleza do sorriso aberto.
Nas pernas tropecei, embolando as minhas.
A boca pede sempre a companhia da minha.

Se eu fosse você nunca mais me soltava.
Se você fosse eu, falaria para mim mesmo.
Se mudássemos de papel, seríamos os mesmos.
Nos juntamos, nos somamos, nos respiramos.
Eu e você, nos aliviamos.

FF

Nenhum comentário:

Postar um comentário