O vidro e seu estilhaço, resultado do beijo no aço, ao tocar o chão, representou os cacos do coração.
O barulho ensurdeceu e emudeceu, sinal que mesmo o tempo passado, o amor ainda não amadureceu.
O difícil de imaginar, se mostrou diante do olhar atônito, inesperado, assustado como único resultado.
A imagem de Ghandi se transformou na de Hitler num instante, como da comédia à tragédia, de Dante.
Prova que a linha das relações é estreita, fina e escorregadia, detalhes perigosos escondidos na sintonia.
Um choque de fios desencapados, vulneráveis, sobrando faíscas nos quentes momentos, encostados.
Fez-me lembrar do nosso começo, onde por você não ter pedido, foi um dos motivos de eu ter aceitado.
Um Sol começava a me brilhar, após o túnel que pensei não mais passar, até ver no fim dele, o seu olhar.
Na soma das minhas experiências, quero você mais vezes para dividir os melhores momentos por igual.
Diferenças só nas cores dos botões, igualdade no querer fazer sempre o bem para melhorar os corações.
O que sobrou foi o pó, a poeira no ar misturada com a dó para com quem sempre mereceu o melhor.
A essência que o vento tomou de posse para carregar, tem me acompanhado fazendo lembrar no respirar.
Na química dos elementos envolvidos, o resultado foi a aquisição de mais um ingrediente da poção.
Tomei a mesma de um certo amargo sabor, no bálsamo do arrependimento, buscando favorecer o amor.
O significado dele se ramificou e entrelaçou em mim, se ocultando no início e meio, se mostrando enfim.
Dias depois, o vidro foi trocado, os cacos foram levados pela vassoura que também já havia passado.
E a luz, mesmo sem estar ligada, ilumina as marcas e as lembranças não foram totalmente apagadas.
Porém de tudo isso, o que mais importa é que essas lembranças, não subam, nem desçam as escadas.
FF
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