SEM SENTIMENTOS

Um dia me deitei bem tarde para dormir mas não senti sono, mesmo assim dormi.
No dia seguinte acordei e percebi outra vez, não estar sentindo sono, nem fome.
Achei normal continuei a viver o dia, sem fome sem animo, apenas vivendo.
À tarde não senti nada após ter sofrido um pequeno acidente e me machucado.
Nada me fazia sentir nada, continuei a tarde e veio outra vez a noite e sem sono.
Sai naquela noite, aproveitei aquela noite, não me cansei naquela noite, deveria.
Outra vez deitei para não ficar acordado sozinho em casa, quando todos dormiam.
No dia seguinte e nos dois dias após foi a mesma coisa, não sentia nada de mais.
Por que não sentia sono, nem fome, nem cansaço, não sei bem explicar.
Hoje lembrando disso, percebo que naquele dia não sentia o principal da vida.
Naqueles dias não sentia que estava vivo, e só percebi quando senti outra vez.
Quando acordei em outros dias e sentia fome, vontade de ir ao banheiro.
Quando sentia animo em ir para um lugar, quando sentia o coração acelerado.
Hoje sabendo disso percebo que tudo está colocado no seu devido lugar.
A dor física que nos mostra o cansaço da parte externa e algo interno exigido.
A dor mental proveniente de um esforço maior do que qualquer esforço físico.
O medo e a ansiedade do novo, a tranqüilidade do esperado e já vivido.
O animo de esperar algo que esta se aproximando ou saber que algo ruim passou.
Se todos os dias da vida fossem iguais aqueles, não seriam dias de vida.

FF

Nenhum comentário:

Postar um comentário