AQUI ONDE AS PLANTAS MORREM

Conheço um lugar, não tão longe do meu lar, onde as plantas não têm vida, e as que ainda têm, vão perdendo.
Não por falta de água ou ar, mas por descuido de quem deveria cuidar. Nem o dono do jardim nem o jardineiro cuidam.
Cuidam somente, e bem, das artificiais, daquelas que sorriem paralisadas, que sobrevivem com energias, mesmo que negativas.
Parece até um descaso com aquelas que são naturais, esse é o pecado, criado lá no paraíso, mas agora o cenário é um inferno.
O dono do jardim, ao invés de regá-las, se rega, se hidrata, se mata, com água que nem passarinho bebe. O pássaro pensa e é livre.
Livre para cantar, diferentemente das plantas que mesmo com o dom de falar, não podem. Mas elas são espertas, cochicham entre elas.
A comunicação é tudo, capaz até de movê-las, e no verde da esperança, jogamos nossas tranças para fugir, respirar, escapar, bem.
O Sol de cada dia, além da fotossíntese, que as deixam mais verdes e as fortalecem, jogam fora o que é ruim, mas não tem fim.
O fim são os vasos quebrarem, as naturais saírem em bando, ou mesmo aos poucos, sendo vistas por todas artificiais infernais.
Todas se merecem, o jardineiro e o dono ainda mais, pois não mais crescem, nem a estrutura que não é madura, floresce.
O futuro é o jardim lama, cheio de sal que na terra faz mal e o tempo salvará as naturais e afundará as artificiais.

FF

Nenhum comentário:

Postar um comentário