RIMAR VOCÊ COM O MAR

Se um dia eu tivesse que rimar você com o mar, eu saberia o que dizer.
Diria que ao te ver pela primeira vez, não entendi muito bem o que estava a minha frente.
Confundi meus pensamentos entre uma imensidão sem fim e uma pequena gota que se mostrava para mim.
A princípio, nem quis arriscar entrar, pois maravilhado com seu tamanho, e natural imponência que se mostrava, decidi simplesmente ficar a olhar.
Olhar o balanço de suas curvas e ondas regadas ao reflexo do Sol, que a fazia brilhar estando ao seu redor como se fosse uma obra esculpida por uma força maior capaz de torna-la escolhida dentre muitas, agora de beleza menor.
Internamente uma imensidão de mistérios num mundo novo e sério capaz de deixar perdido quem resolver entrar.
Perdido como deixa as mesmas ondas, tão bem surfadas por quem conhece e desteme, mas que se deve respeitar, pois de uma hora para outra, mesmo com a maré calma, essa pequena mas imensa gota pode desorientar.
Agora entendo porque o mar fascina e penso se não pode ser essa minha sina, mesmo que ainda hoje só fique a te observar, levado como os pescadores por um canto de sereia em alto mar, fico surdo para as coisas a minha volta quando te ouço simplesmente sussurrar.
Até seu silêncio é extensão de você e muitas outras vidas dependem da sua força, da sua imensidão e de coisas que ainda desconheço, e por isso, nem sei se mereço, mas sei que padeço, escutando seu silêncio pelo coração.
Quando é dia, seu sorriso se abre atraindo quem se aproxima. À noite junto com as estrelas de uma noite clara, completam a rima.
O que eu vejo sentado em sua beira, é a sua harmonia com o horizonte que se confundem e mexem ainda mais com meus pensamentos tirando e deixando alguns sentimentos.
Tira o sentimento de que você seja apenas uma ilusão, substituindo-o pela certeza de que se não posso abraçar todo o oceano, posso pelo menos ter a mais pura gota em minhas mãos.

FF

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