EVOLUÇÃO (CAMINHANDO PARA O FIM)

No inicio era só mundo;
Poeira, pedra e cor.
Do gelo mais intenso;
Um mar se descongelou.
A água que subia;
Em forma de vapor;
De volta ela caia;
Para fazer crescer a flor.
Daí, Deus deu a vida;
A fauna, a flora o amor.
Sem culpa, sem maldade;
Tudo tinha o seu valor.
Da vida surgiu o homem;
Com força e seu vigor;
Capaz de ir tão longe;
E chegar aonde chegou;
Com sua inteligência;
Que esbarra na falência;
De esquecer quem o criou.

ROSA DOS VENTOS

Entreguei ao vento, um beijo para ele poder te levar.
Expliquei, quem você era, só para facilitar.
E ele, que não tão forte soprava, disse que iria te dar.
Preocupado não fiquei, pois sei que posso confiar.
Pedi apenas uma confirmação de envio, só para aliviar.
E lá se foram, vento e beijo, sumindo do meu olhar.
Em tempos de estradas cheias, a melhor forma seria voar.
Voou... soprou forte, do centro ao norte, atravessou terras pelo ar.
Misturou-se com outros ventos, mas sem o beijo largar.
Cruzou montanhas cinzas e verdes, até finalmente chegar ao mar.
O caminho estava quase completo, até o alvo encontrar.
Perdi contato com o vento, mas sei que levou o beijo até lá.
Como eu sei...? Sei por que uma brisa veio me falar.
Quando se tem pressa, chama-se o vento para levar;
Quando se tem calma, é a brisa que vêm para conversar.
Disse que o beijo chegou sem problemas. Fácil de achar.
E que também tinha algo para me entregar.
Fiquei surpreso e muito agradecido pela ajuda, de coração.
Ela me disse ainda que deu tudo certo, inclusive a confirmação.
E antes de me entregar, deu a última instrução;
Que eu fechasse os olhos, pedido da dona do beijo, com emoção.
Fechei, fundo respirei, esperei e senti a brisa tocar... suave sensação;
Sem mais nada a dizer foi partindo, deixando algo em minhas mãos.
Abri os olhos e o que vi, causou ainda mais admiração.
Seu rosto, feito com traços de vento, numa rosa em botão.
Um singular esboço feito, em determinado momento, com estimação.
Resolvi chamar de rosa dos ventos, pelos contornos e cheiro, dessa mais bela visão.

DEUSA A MINHA PAZ

Quando não havia mais nada para fazer no Olimpo, os Deuses imortais, decidiram criar a paz.
Em forma de um ser, com todas as características para se destacar dos demais, fizeram você... e acrescentaram um algo a mais.

Sua força, de Apolo, abre um clarão do céu ao chão.
Sua beleza, a quem acredite, ser obra de Afrodite.
Sua voz, que encanta e ameniza, às vezes me paralisa.
Seu fogo na veia vem das quimeras, que me incendeia.
Suas curvas, são dons, bons traços dados por Poseidon.
Sua presença afasta além mar, os Ares da guerra, no ar.
Seu saber e serenidade são de Atenas, mulher de verdade.
Suas asas, como Ícaro, te fazem livres para voar e me levar.
Sua alegria de ninfa e felicidade, crescem conforme a idade.
Suas vontades de Hera estão presentes também em nossos destinos.
Seu príncipe não veio num cavalo branco, veio num Pégasus, para ficar.
Seu poder de caça, o mesmo de Ártemis, nem precisou usar, me acertou em cheio.

Sinto-me mais que um herói, me sinto Zeus, quando abençoado pelos carinhos teus.

FF

ADORACÃO

Cão é cachorro, é amigo, é parceiro, é irmão;
Cão é alegria, é bagunça, é pureza, é animação.
Cão pula, se esfrega, se coça, late, é brincalhão;
Cão é carinho, é esperto, é safado, quer atenção.
Cão atrapalha no telefone, mas ajuda quando têm alguém no portão.
Cão é natureza, é beleza, pequeno ou grande, cão é paixão.
Cão é ensinado e ensina, cativa e fascina, adora ração.
Cão é mudança, é quase criança, faz uma festa, se joga no chão.
Cão é um vício, que desde o início, traz satisfação.
Cão não é um simples bichinho ou um animalzinho de estimação;
Cão não têm explicação, é uma benção, uma adoração.
Cão não fala, mas agradece de outras formas, por uma razão :
Cão é cão.

FF

ONDE VOCÊ ESTAVA ?

Onde você estava quando a bomba explodiu ?
Onde você estava quando o vôo partiu ?
Onde você estava quando o muro caiu ?
Onde você estava quando ele fugiu ?
Onde você estava que nem sequer viu ?

Onde você estava quando o tempo virou ?
Onde você estava quando o tempo parou ?
Onde você estava quando o jogo acabou ?
Onde você estava quando a lenda chegou ?
Onde você estava quando a onda passou ?
Onde você estava quando ele roubou ?
Onde você estava quando o cara chamou ?
Onde você estava quando a banda tocou ?
Onde você estava que ninguém te contou ?

Onde você estava quando a terra cedeu ?
Onde você estava quando ele acendeu ?
Onde você estava quando o santo desceu ?
Onde você estava quando aconteceu ?
Onde você estava que nem percebeu ?

Onde você estava quando eles chegaram ?
Onde você estava quando todos entraram ?
Onde você estava quando os carros pararam ?
Onde você estava quando todos calaram ?

Onde você estava quando eu telefonei ?

Onde você estava quando ficou sabendo ?
Onde você estava ? Talvez se perdendo.

FF

Te ver, foi chegar as nuvens que sempre olhava;
Foi ver nascer, alguém que há tempos esperava;

Foi como a noite encontrar o dia e tudo ter melhorado;
Como o rebento que me abduziu da realidade ao ter te tocado;

A sensação de ter chegado a você, foi a mesma da Lua quando encontrou o Sol;
Igualmente a ver que a sua frente estava o astro mor;

Como o agricultor que plantou uma esperança e colheu;
E como a flor que se abriu, ainda mais, quando choveu;

Significou a realização de um sonho, de olhos abertos;
A libertação de um preso inocente vendo a porta tão perto;

Significou o seu exemplo para a minha mudança;
E o amadurecimento da alegria de voltar a ser criança;

Atingi o inatingível, tornei possível o impossível.
A recompensa do desejo antigo, ficou na foto que tirei contigo... Cheguei vivo no céu !

FF

ACORDE

É dormindo que nos igualamos.
É a hora do repouso, que todos têm.
As diferenças entre nós, acabam quando o sono começa.
O mau se acalma, adormece e se iguala a serenidade do bem.
O gordo não sente o peso e alcança o magro.
Nessa hora até os altos e os baixos também se igualam.
Até as vontades são iguais, voar é uma delas, em comum para todos.
Aquele que correu o dia inteiro para sobreviver se equipara ao que já está com a vida ganha.
Nessa hora as posições sociais favoráveis se igualam nas posições corporais confortáveis.
É o momento em que o rico segue o exemplo do pobre, se esse abrir a boca para bocejar primeiro.
O feio imagina ser bonito e o lindo nem precisa, pois sabe que quando acordar será o mesmo.
Dormir é acordar para os desejos, e resolver realizá-los dura até as pálpebras se abrirem novamente.
Dormindo, os bens sucedidos descansam a mente enquanto os demais, também o corpo faz.
Dormindo se pode ir e vir, não existe passaportes, vistos negados ou distâncias para ninguém.
Somos todos iguais até o relógio tocar, alguém nos acordar ou levantarmos da cama ou do sofá.
Dormir é um convite para um mundo onde todos têm direitos iguais e pode-se fazer o que quer.
Não foi dormindo que cheguei a essa conclusão e talvez seja por isso que este seja o diferencial.
Pois se tivesse feito enquanto dormia, escrever até poderia mas esse texto ficaria igual aos demais.
É durante o dia, acordados, que fazemos as coisas acontecerem e as coisas continuarem a andar.
Mas de nada adianta, se não existir o sonhar, o planejar, o dormir, o organizar e logo o despertar.
Independente do colchão, de molas ou não, em pé ou no chão, todos precisam dormir para acordar.
Estando de acordo com os acordos, fica acordado que se estivermos acordados, nós acordaremos.


FF

ENQUANTO ISSO EU CORRIA

Sua inveja é o fruto podre que tenta colher sem plantar.
É o sentimento que resta de sua incapacidade de tentar.
É aquilo que te faz esquecer que enquanto dormia, eu acordava cedo e corria.
O bloqueio forçado para te enganar que enquanto sem freio comia, e eu corria.
A adrenalina da expectativa da diversão, a sua maneira, te fazia esquecer que no mesmo momento eu corria.
E ao contrário de beber em ambiente escuro e surdo, lento eu começava, e ao ar livre me soltava e corria.
Tudo no seu tempo, tudo no seu passo e da nossa forma, nos fazia tomar e entrar em forma enquanto o tempo corria.
Somos resultados da soma de repertório e nossas ações além de subtrações do que faz mal, refletindo o produto final.
Uma linha de chegada, uma linha imaginária, uma pausa para parada, o início da caminhada, são todos sinônimos de perseverança.
Enquanto você ocupava a sua mente com coisas antes impensadas, eu canalizava todos os meus sentidos num objetivo e só corria.
Falta de ar é diferente de falta de fôlego. Um cansaço é bem mais bem vindo quando vem depois do esporte. Te faz sentir vivo, leva longe da morte.
Antes de invejar, vá além da impressão do espelho. Pense nas horas que o outro se dedicou para o seu próprio bem e junte-se ao time. Corra.Viva !

FF

DIA DAS MÃES

Todo mundo tem uma mãe. Mas igual a nossa não tem.
O mundo tem a natureza, e a nossa, é a nossa raiz.
Mãe é a origem de tudo. É a força que cuida, que zela tanto o adulto como o neném.
Mãe é o mais profundo sentimento. É a materialização do bem.
É do mesmo sangue, e se preciso for, doa o seu para os seus, quando necessitamos.
Cuida de mil, como cuida de um e é quase sempre a primeira palavra que pronunciamos.
Mas mesmo assim, com nomes diferentes, chamamos sempre igual... mãe.
Até na palma de nossas mãos, temos a letra inicial.
É o elo da corrente entre passado e futuro.
Mãe é a principal relação com a vida.
É amor eterno, do fundo, em forma de gente, e em todas as histórias está presente.
É a mais importante parte externa de nós. Quem é mãe, sabe melhor ainda o que estou falando. Inclusive as avós.
Mãe é assim, peça fundamental e não têm preço. No geral são todas iguais, só muda o endereço.
Pode até morar longe, mas está sempre perto e consegue juntar os opostos para o bem.
É o carinho, o conforto, o refúgio, o consolo, o lar.
Dá a bronca, dá o conselho, dá o ombro e até o colo para chorar.
Mãe esquece o passado por uma boa causa.
Independente do filho, mãe conversa, compreende, escuta e aceita.
Parece até mágica, enxerga além e está sempre certa, mas não conta essa receita.
Nós, como sempre, vemos somente depois. Pois mãe sente e avisa, basta escutar.
Mãe tem sempre o que dizer para tudo melhorar.
É aquela voz que se preocupa de verdade conosco, quando estamos sozinho ou com uma dor.
Mãe é mulher, mas também o homem da casa se precisar.
É a experiência, que alcança a maturidade rapidamente, sabendo esperar.
É um ser neutro, especial, sem cor, nem classe social.
Mãe é o símbolo do respeito, da trégua e da união.
Por isso, dia das mães são todos os dias.
Dias normais ou especiais, elas merecem sempre mais.
Como são os Domingos na casa dela, só que estendidos ao restante das semanas.
Mãe põe e tira a mesa, senta por último e acorda primeiro.
Acumula muitas funções na família, mas a principal é ser "a mãe".
Mãe é a que cria e também a que dá a luz. Pois, mãe é a própria luz.
Quem ainda têm, trate-a sempre bem, mas quem infelizmente não mais...
Amém.

FF

DESLIGUEM AS MOTO-SERRAS

Moto-serras que serram as serras como a da Mantiqueira parar com a poluição do ar e a desconsideração apelos do mundo inteiro querendo o velho e bom cheiro da mata a flora, mata animais, mata a esperança da paz agens se vão, o tempo não volta, aumenta a revolta e a dor mecem os sentidos, se revoltam os ocidentes e explode o oriente médio em busca não só de remédio para as feridas da carne, mas o machucado interno e gravata ditam as regras, mudam as cores dos governantes e tudo fica igual como antes, normal contra o bem na eterna luta, campo minado, todos reféns, sem fim nalmente um novo dia nascer e acordarmos para a união que faz a força com diálogo logo o planeta terra se tornar mais azul de harmonia, presente na nossa bandeira e amarela que só é respeitada e exaltada num jogo esportivo mas que não muda a história do coletivo que mais importa se fecham, mas janelas se abrem para vermos as estrelas, num céu menos escuro, mais claro que isso não será da noite para o dia, será aos poucos, homeopaticamente e corpo na mesma sintonia, ações, investimentos e menos tecnologias para tudo mudar um dia contar para nossos filhos sobre o fim de uma era uma vez uma moto-serra que foi desligada e muita coisa de triste final, deixou de acontecer, por um simples bem feito por alguém, amem.

FF

CAVALO DE TRÓIA

Me escondi dentro desse e-mail, esperando que ele chegue até você, não para te atacar, mas para te surpreender.
Ao abrir, que você também consiga sentir o que eu senti quando te vi e que se repete cada vez que te reencontro.
Que ele chegue a galope, riscado de espora e chicote na velocidade do andaluz e discreto como um manga larga.
Não vim para fazer guerra, resolver conflitos na terra, nem na cabeça resolver confusão e muito menos no coração.
Venho em missão de paz. A paz que penso que você traz. A paz que chega a cavalo como nas histórias contadas.
Cavalo sem cor definida, as vezes vermelho como o coração, as vezes preto e escuro pela distância na escuridão.
Viajo durante a noite para poder aproveitar melhor e mais o dia, iluminado pela luz própria que seus olhos irradia.
Um presente oferecido pelo divino, que como a caixa de Pandora, ao ser aberto mostra-se grande, linda e única.
Única capaz de parar a guerra impiedosa de sentimentos travada dentro do território expandido do peito a mente.
A batalha de tróia foi fruto de uma mulher. No início do mundo, para quem crê, a mulher era o fruto além da maçã.
Você parece ser o fruto proibido. A uva que a raposa rejeitou depois de ver que o cacho estava num pé mais alto.
É o cavalo que passou batido numa estrada de chão batido, deixando um coração partido, em seu dono abatido.
É a batida na porta sem ninguém atender, forçando a ação de forçar a porta para entrar, sem bater, só empurrar.
Mas agora que consegui entrar, sem precisar me transformar em vírus para te acabar ou deixar dependente, use.
Use e sem precisar usar o abuse-me, faça o que bem entender e quiser mas não me deixe como apenas mais um.
Se precisar, faça-me mais que mais um e-mail em sua caixa de entrada, ou mais do que uma estória mau contada.
Hoje sou o cavalo que por aqui invadiu, mas amanhã posso estar nele montado do jeito que você sonhou e pediu.

FF

CAMALEÕES

Nos poros da minha pele, sinto teu cheiro. Tatuagem moderna que nunca tive.
Sinto uma soma de seus elementos bons, que combina com todos meus tons.
Minha fantasia na festa, meu pijama de linho, com traje casual ou social.
A sensação do vento ao pé do ouvido que arrepia do cabelo ao dedo do pé.
Me falta o ar quando me faz coisas que causam sensações inéditas e ótimas.
Minha pausa, minha vírgula que sentia falta no meio da melhor frase escrita.
O canto do pássaro que combina com a imensidão do ar. Pequeno e notável.
Meu piercing no cotovelo, meu brinco na parte mole da orelha que brinca.
O colosso de Rhodes que havia citado e agora conhecido pela televisão, és.
Quero saber onde assinar para passar tudo que é meu e poder chamar de nosso.
Insiro você em histórias que escuto, imagino como você reagiria e te admiro mais.
Hoje não consigo mais pensar em como seria sem você, e insisto em dizer.
No meio de nossas tormentas somos nossos remansos, os botes salva-vidas.
E-mail preferido, minha hora marcada, meu compromisso, mesmo não tendo nada.
Uma salada de frutas, todas boas, que mesmo sem fome, suas cores alimentam.
Meu desabafo, inspiração naquilo que faço, continuação da estrada e parada.
Consegue me deixar assim, dizendo tudo, misturando as coisas e falando de você.
Comecei esse pequeno, assim sem pretensão, e deu no que deu pequeno e cheio.
Cheio de beijos, carinhos para te ofertar e sobrando espaço para o que ainda vou dar.
Você é minha, de estimação, nos damos bem em todas as situações... camaleões.

FF

AQUI ONDE AS PLANTAS MORREM

Conheço um lugar, não tão longe do meu lar, onde as plantas não têm vida, e as que ainda têm, vão perdendo.
Não por falta de água ou ar, mas por descuido de quem deveria cuidar. Nem o dono do jardim nem o jardineiro cuidam.
Cuidam somente, e bem, das artificiais, daquelas que sorriem paralisadas, que sobrevivem com energias, mesmo que negativas.
Parece até um descaso com aquelas que são naturais, esse é o pecado, criado lá no paraíso, mas agora o cenário é um inferno.
O dono do jardim, ao invés de regá-las, se rega, se hidrata, se mata, com água que nem passarinho bebe. O pássaro pensa e é livre.
Livre para cantar, diferentemente das plantas que mesmo com o dom de falar, não podem. Mas elas são espertas, cochicham entre elas.
A comunicação é tudo, capaz até de movê-las, e no verde da esperança, jogamos nossas tranças para fugir, respirar, escapar, bem.
O Sol de cada dia, além da fotossíntese, que as deixam mais verdes e as fortalecem, jogam fora o que é ruim, mas não tem fim.
O fim são os vasos quebrarem, as naturais saírem em bando, ou mesmo aos poucos, sendo vistas por todas artificiais infernais.
Todas se merecem, o jardineiro e o dono ainda mais, pois não mais crescem, nem a estrutura que não é madura, floresce.
O futuro é o jardim lama, cheio de sal que na terra faz mal e o tempo salvará as naturais e afundará as artificiais.

FF

A VOLTA

Quando você voltar, tudo vai estar em seu lugar.
Quando você voltar, tudo vai estar em seu lugar, mas ninguém vai estar no seu lugar.

Quando você voltar, vai estar voltando para onde nunca saiu.
Quando você voltar, ainda vai estar, o mesmo sentimento de quando você partiu.

Quando você voltar, vou ter andado, saído, curtido e muito vai ter passado.
Quando você voltar, algumas coisas vou ter esquecido, menos o passado.

Quando você voltar, vou esquecer de quando não estava e o que eu passei.
Quando você voltar, não vou te buscar, por que nunca te deixei.

Quando você voltar, as pequenas coisas me farão perceber.
Quando você voltar, não precisa me avisar... eu vou saber.

FF

A ARCA DE... UÉ !?

Lembra da Arca de Noé, qual foi colocada uma espécie de cada animal para sobreviver ao delúvio ? Pois é...
Uns dizem que foi verdade, muitos dizem que não é, mas em tempos de livros e revistas que contestam o passado e autores que ficam milionários em cima de dúvidas que não esclarecem, essa eu resolvi simplesmente analisar.
Não me lembro de ter ouvido falar que dentro da arca havia peixe... aliás ouvi que tinha de tudo menos peixe, estranho não é ?
Tudo bem que o delúvio era água, devia ter muitos deles entre as ondas, mas de tão forte que eram as correntes muitos não iriam sobreviver.
O delúvio passou, a maré baixou, Noé se salvou, a arca atracou a bicharada saiu e pelo mundo se espalhou.
O Leão foi para a floresta e se fez rei. Já o elefante não é dono do circo por que não faz idéia da força que têm.
O macaco de galho em galho pula para sobreviver sem cair, enquanto o bicho preguiça, como bem diz, só quer dormir.
Viraram sinônimos de bravura, ofensas, foram colocados para brigar e nos ensinam mais do que podemos pensar.
Eles invadiram tudo, casas, fazendas, apartamentos, cidades, países, ruas, portas de geladeiras, até no jogo e no zodíaco foram parar.
Eu por exemplo sou de Touro, em casa tenho três gatas que para andar usam patas e minha mãe é de Leão.
Você também tem ele no nome, te chamo de manjuba, que é um peixe, gosta de cães e é uma gata !
Que confusão não ? Depois que foram salvos e deixaram a arca, começou a invasão que se fortaleceu pela união.
Talvez Noé tenha esquecido de pegar um peixe, talvez nem tenha tido tempo, talvez não tenha tido vara para pescar, talvez nem precisasse colocar para dentro, pois com as ondas muitos lá iriam parar, não sei... Só sei que eu não conseguiria deixar para traz.
Por isso estou com uma idéia na cabeça... vou construir uma arca e a primeira espécie que estou pensando em ir atrás é a manjubuinha mais difícil de pescar.
Faça as malas que já estou pregando as madeiras.


FF

ENQUANTO ESTAMOS SENTADOS

Você têm idéia de quanta coisa está perdendo, deixando de fazer ou não fazendo, enquanto fica entre essas paredes, e o tempo passando ?
Enquanto você está aí sentado, têm gente pegando avião, um time treinando, gente pegando conchas por diversão e andando na chuva.
Os táxis estão ocupados, os caixas não param de fazer troco, o pedágio está cobrando nas estradas e têm mulheres comprando bolsas.
Isso sem falar nas pessoas que passeiam com seus cachorros, outros sentados nas praças conversando e muitos estão nas academias ainda vazias.
Casais estão passeando a beira mar, e não estão de férias, grupos estão visitando museus, outros estão indo à locadoras pegar dois filmes.
Um grupo de atores ensaia uma peça, um músico está afinando seu instrumento, uma senhora tira o bolo do fogo enquanto uma menina estuda.
Agora mesmo tem gente que acabou de acordar e nem precisa trabalhar e uma outra pessoa está pintando um quadro ouvindo música clássica.
Alguns estão no meio da selva escutando o canto dos pássaros, gravando os sons, enquanto na cidade estão os outros dando informações.
A criança abre a lancheira, o rapaz faz a barba, na lanchonete têm um tomando cerveja, bem vestido enquanto cumprimenta uma senhora.
Alguém está falando no telefone sem pensar na conta, diversas pessoas estão subindo e descendo as escadas rolantes e não estão esperando rolar.
Uma pessoa está escolhendo flores para presentear, outra fazendo cooper no bairro onde mora e os porteiros dos condomínios dão risadas.
Têm uma pessoa, agora mesmo, experimentando um tênis de escalada e um casal definindo detalhes do casamento, enquanto o jornaleiro lê.
Uma garota sentada no sofá, vendo televisão com fones de ouvido enquanto faz lição, e a mãe, encostada na porta, sorri, lembrando o que passou.
Um homem na rodoviária espera a chegada do ônibus de onde descerão seus filhos, o vendedor de balas conta o dinheiro, feliz, e de bandeja vazia.
A visita chega numa casa, enquanto na do lado, o cheiro do café está tão bom quanto a conversa e os biscoitos servidos à mesa entre as amigas.
Um adolescente dobra um papel e faz um aviãozinho, um rapaz está quase dormindo sentado e duas crianças jogam futebol numa rua larga.
Neste momento, o jovem assovia uma melodia, um outro além disso, empina uma pipa ao lado de uma menina que lê um livro pegando uma brisa.
Têm gente andando no meio do mato, escutando barulho de cachoeira, sentados na beira de um lago fazendo um lanche, ou não fazendo nada.
Do outro lado do mundo, pessoas fazem a mesma coisa que aquela que passa de bicicleta aí na sua frente numa tarde de Sol. Estão vivendo.
Depois de almoçar, um casal permanece por mais de uma hora, sentados conversando, enquanto outro vê a imensidão do mar, a bordo da vida.
Pessoas estão por aí no mundo, muitas vidas soltas dando a volta nesse planeta dentro e fora da água, fazendo tudo, ao mesmo tempo e no mesmo tempo.
Quantas vezes você já pensou que pode acabar aí, onde está agora, por que ainda não se encontrou ou não teve a sorte de terem te encontrado ?
Procure fazer alguma coisa para ficar igual a eles, eu reze para que da próxima vez que voltar a Terra, venha num formato mais leve, mais livre, mais feliz.

FF

EU ESTOU NO MEIO DE VOCÊS

Eu sou normal !
Tudo bem que eu evito contato pessoal com as demais pessoas, mas sou normal.
Tenho sentimentos, mas os demonstro de outra forma. Até aí normal...
Tenho muitos colegas e ainda muito mais amigos, aliás, quem não tem...?
E comunico-me com eles através de sinais, mas não sou surdo nem mudo.
Estou ligado e enxergo todo o mundo. Vejo todos, mas poucos me vêem, e tenho o poder de ficar invisível se eu quiser. Bom isso não acha...? E o que você diria então, se eu te dissesse que tenho a capacidade de me transformar em outras pessoas fisicamente ? Louco eu...? Imagine...eu sou normal, eu juro.
Encontro-me com qualquer pessoa que eu queira, na velocidade da luz.
Só o que não funciona muito bem em mim, é o nariz, o olfato, mas tudo bem.
Em casa, tenho animais de estimação mas dentre eles, aquele que eu mais gosto é um rato. E ainda falando nela, na minha casa, o meu lugar preferido é o quarto, e quando saio, prefiro as salas.
Durmo de olhos abertos e ocupo dois ou mais lugares ao mesmo tempo. Sorrio, choro, fico bravo, paquero, transo e faço todas as expressões. Invento outros idiomas, pois os conhecidos eu já sei escrever.
Se eu quiser um Sol eu busco, se eu quiser a Lua, carrego-a. O que mais eu posso querer então, se até tocar instrumentos musicais eu sei, mas ultimamente estou viciado somente no teclado ? Não disse que eu era normal...?
Tudo bem, eu sei que já disse isso, portanto vou me apresentar formalmente.
Eu sou um “internauta”, e posso já ter conversado contigo. Não se lembra ?

FF

PRAZER, NÓS !

Gosto de você quando escrevo
Gosto de você quando te vejo
Gosto de você quando ouço um som
Gosto de você mesmo quando o tempo não está bom
Gosto de você quando estou dirigindo
Gosto de você quando não estou mentindo
Gosto de você quando toco um violão
Gosto de você quando vejo um avião
Gosto de você quando estou de olhos abertos
Gosto de você quando te vejo de perto
Gosto de você quando estou de olhos fechados
Gosto de você quando sinto que está a meu lado
Gosto de você quando estou dentro do metrô
Gosto de você quando lembro que o pior já passou
Gosto de você quando estou viajando
Gosto de você quando está chegando
Gosto de você quando vou dormir
Gosto de você quando vamos sair
Gosto de você quando não bebo
Gosto de você quando sinto medo
Gosto de você quando passo numa rua
Gosto de você mesmo quando não têm Lua
Gosto de você quando já nem sei mais dizer
Gosto de você quando sinto um prazer
Gosto de você quando escrevo um livro
Gosto de você quando percebo que estou vivo
Gosto de você quando lembro do sorriso
Gosto de você quando lembro de tudo isso
Gosto de você quando começo a esquecer
Gosto de você quando lembro que gosto de você
E tem mais, gosto de você sim !
Ás vezes, gosto de você, até mais do que de mim.
Gosto de você no mato, na praia, de calça ou de saia
Gosto de você por que você me faz bem
Gosto de você por que quando eu chamo você vem
Gosto de você quando acabo de almoçar ou quando começo a jantar
Gosto de você quando percebo ser a primeira coisa que me lembro ao acordar
Gosto !!! G.....O.....S.....T.....O..., assim mesmo, tudo junto mas ás vezes separado
Acho até que é só assim que consigo perceber como às vezes fico alucinado
Gosto de você desde quando te vi aparecer
Mas às vezes, acho até que aconteceu, antes mesmo de eu nascer
Gosto de você hoje. Gostei no passado e farei o possível para no futuro continuar
Gosto de você de mãos dadas na rua, em casa toda nua, ou vestida no altar
Gosto de você e resolvi escrever para te dizer além da voz
Que, a cada dia que passa, confundo minha identidade, passando a me chamar de nós.

FF

SONS

Miado

Sete vidas e muitas virtudes.
Vejo-te mesmo quando não me vê.
Sinto o que sente tua alma com o olhar.
Guardo sua volta como se fosse a minha.
Protejo-te, alerto-te e te faço companhia.
Ágil, esperto, independente, sutil, paciência, destreza e belo.
Miau !


Latido

Ouvi um cachorro latir, e só depois de imaginar, fui descobrir.
Latiu, não por que estava sozinho...
Latiu, não por que queria atenção...
Latiu, não por que viu um passarinho...
Latiu por que tinha alguém no portão.
Um estranho se aproximava, ou alguém conhecido que nem esperava ?
De longe via mas não enxergava;
De longe perguntei quem era;
De longe só ele me enxergava;
De longe o carteiro me esperava.
De longe olhando a placa que avisava : “Cão anti-social”.

FF

SEMANAS

Segunda-feira :
Apesar da semana iniciar um dia antes, é na segunda-feira que ela começa pra valer.
Falo por mim, não pelos outros, mas vejo nos outros, o que eu também sinto.
Mais uma ou menos uma semana, depende de como vemos. Eu vejo que é uma outra semana que começa num ritmo que ninguém gosta. Sinto ainda na voz e no olhar de quem viveu o fim de semana, já pensando nas últimas horas do domingo, que a semana já estava mesmo começando. A verdade é que, fica clara no ar, a sensação de quem perdeu a liberdade, de quem vive numa condicional, vivendo a semana em uma gaiola junto com outros pássaros de mesma espécie e diferentes personalidades, sem um ânimo para começar, e que acaba começando mesmo sem ele, impulsionado pela esperança de um feriado de preferência prolongado. O que muitos não sabem, e para falar a verdade nem eu mesmo sei, é por que tudo passa tão rápido que nem notamos, ou onde vai dar essa estrada. Aí começo a pensar na frase que ouvi : “Existem pássaros que não nasceram para viver presos, pois suas penas brilham demais”.

Terça-feira :
O segundo dia passa rápido com um ritmo acelerado, onde é impossível ficar parado esperando as coisas acontecerem. Talvez seja para fazer você entrar no clima da semana e começar a se preocupar com as coisas que não paramos de pensar. Dá até para esquecer que o dia anterior foi lento, e hoje o raciocínio já dispara como se estivesse correndo a favor ou contra o tempo, já que mesmo sendo acelerado o relógio às vezes parece parado.
Um outro dia acontece nas ruas, outra manhã nasceu e quem a viu passar aproveitou e quem não viu a perdeu. Perdeu uma que não volta mais. Poderá ver a próxima mas nem adianta pensar, hoje ainda é o fim do início da semana que acabou de começar, na esperança de que os dias seguintes mudem nossas vidas, para nunca mais desses dias lembrar, onde teremos relógio, mas para as horas ninguém vai querer olhar.

Quarta-feira :
Se o oposto do bonito é o feio, o dia que chega, está entre o início e o fim. O meio.
O dia em que estamos mais acostumados com a rotina, o dia em que menos paramos para pensar em tudo que está sendo vivido. E se por acaso num flash, pensar no sentido da vida ou como tudo acontece sem parar, esses pensamentos duram pouco sufocados por outro que diz :
- Não vejo a hora desta semana acabar.
Dar continuidade a tudo que vem sendo feito, o último degrau da escada antes subida, esperando agora a tranqüila descida. Mas pelo menos agora noto a fisionomia de quem me olha um pouco diferente, antes desanimados pelo começo, agora armados até os dentes, como se eu visse todos acordando em suas manhãs, já acostumados com suas vidas, mas de forma acomodada sem fazer nada para tentar mudar a estória delas e de suas semanas que insistem continuar.

Quinta-feira :
Se estudos mostram que vivemos 70% de nosso tempo pensando no passado, 20% em nosso futuro e apenas 10% em nosso presente, em partes este dia comprova o estudo, mas não em tudo, já que no que mais pensamos é no dia que está se aproximando. Esse dia poderia ser comparado à véspera de uma grande data, onde telefones começam a tocar e avisar sobre acontecimentos que você estava esperando que fossem te chamar. Os mesmos telefones que recebem as ligações, vão buscar pessoas que estão na mesma sintonia, esperando ansiosamente o fim desse dia. Hoje aquele pássaro se torna um pouco mais alegre, jogando para mais longe aquela sensação de estar entregue, os olhos se abrem um pouco mais e já é possível ver que além daquilo que enxergamos, existe muito mais. Existe um momento guardado que demora a chegar, um momento que já demorou muito mais, como se fosse um detento esperando a liberdade chegar em companhia da paz.

Sexta-feira :
Ela chegou. Mas dentre as demais feiras ela é a que mais encanta, o clima, o ar, as pessoas, tudo muda quando ela chega, é comparada como um último esforço de um halterofilista para levantar todo o peso que o mesmo se dispôs a levantar, sabendo que depois dele, poderá largar tudo e descansar. As noites formam filas para serem escolhidas diante das muitas que a aguardam. O ideal seria que todas as semanas começassem e terminassem com ela, para poder dar mais vida para aqueles que só se animam quando ela se aproxima.
O pássaro enxerga muito mais que as grades de sua gaiola, que estão a sua frente.
Seu canto é bem mais espontâneo e pode ser ouvido de longe, extravasando toda sua raiva e destacando suas veias externas, diante dos olhos de quem vê.
Agora o que se pode esperar dos demais dias é que os mesmos demorem assim como demorou toda a semana.

FF

POEMA

Descobri duas coisas que se completam, mesmo que de trás para frente.
Você, e esse texto que fiz a seguir :

Você tem um algo a mais.
Foi uma coisa que desde o início notei
Assim dessa forma, você me atraiu
Hoje tenho certeza que
O seu encanto me pegou pelo olhar e
Senti uma coisa que há tempos não sentia
Uma vontade despertada por sua boca que na hora
Não pude resistir a essa força estranha
Que me puxou e não demorou, para me vencer
Como o canto de uma sereia, vinda da água
Ao falar transmite sempre boas vibrações
Tentarei sempre levar você onde eu estiver, pois
Gosto até do simples fato de somente te ver e
Saber como você está passando o dia, já que
É parte das coisas que quero sempre saber
Você é uma das minhas idéias e
Agora não têm mais como te esquecer.

Agora leia novamente o texto, Porém, começando de baixo para cima, e verá como essas coisas existem mesmo.

FF

MARCAS

Como “marcar” ?
Os egípcios marcavam sua presença com simples palavras nas paredes.
Os alienígenas, quando vem, marcam sua presença com simples sinais.
Os cachorros marcam sua presença, em um território, com um simples xixi.
Por essas e outras, “marcar” na vida de alguém, é uma questão de atitude.
Certamente o que mais marca são coisas simples, feita espontaneamente.
Certamente também, a todo o momento, estamos sujeitos a “marcar” na vida de alguém, ou mesmo sermos “marcados” por esse mesmo alguém, seja por uma simples atitude, uma simples frase, uma simples palavra, um simples sinal.
Em algumas ocasiões percebemos imediatamente que a pessoa nos marcou, mas outras vezes só tomamos conhecimento depois, em outras situações.
Quando andamos pela rua, e sentimos um perfume que lembra a outra pessoa, que por sinal não vemos a algum tempo.
Quando olhamos para uma paisagem ou uma foto, e nos imaginamos lá com
alguém que gostamos muito, ao nosso lado.
Quando voltamos aquele lugar aonde começou uma das melhores fases da vida, seja qual for à fase, namoro, amizade, trabalho...
Quando simplesmente conhecemos alguém e ficamos cheios de esperanças, como se revivendo o dia em que conhecemos a pessoa que marcou.
Quando mesmo ao lado de outro alguém, nos sentimos solitários, uma vez que o corpo está presente, mas o pensamento não está ali.
Quando depois de dois segundos não nos arrependemos de ter dito algo para a pessoa, pois vimos em seus olhos, que acima de tudo ela é amiga.
Quando rodando pelos canais, vemos que aquele filme que, assistimos juntos no cinema, vai passar na TV.
Quando depois de lembrar de algo bom que fizemos juntos, dá um gelo na barriga por que aquilo acabou, e se contentar que o bom disso é que o algo aconteceu.
Quando não queremos ouvir uma música que faz lembrar algo que fizemos enquanto ela tocava há algum tempo atrás.
Quando sentimos vontade de chorar, só de pensar em coisas que a pessoa fazia e que eram boas, mas que na época não dávamos valor.
Quando abraçamos alguém pessoalmente, e na lembrança surge uma outra pessoa que gostaríamos também de estar abraçando.
Quando nos lembramos daquele dia em que tudo deu errado, mas que no finzinho dele, aos 45 minutos do segundo tempo, aconteceu algo maravilhoso.
Ou mesmo ao contrário, quando lembramos daquele outro dia em que tudo estava dando certo, mas que no final um dos dois estragou tudo.
Quando alguém nos olhou diretamente nos olhos e trancamos a respiração mesmo sem sentir, como às vezes acontecia.
Quando algum dia, nós ajudamos com simples palavras, alguém que nem conhecíamos bem, e hoje lembramos que depois daquilo viramos amigos.
Quando lembramos que não se brinca com sentimentos e deixamos de ficar com alguém só pelo fato de estarmos sozinhos.
Quando simplesmente queremos esquecer alguém que não paramos de lembrar.
As situações são as mais inusitadas e as mais simples. É como se fossemos atravessar uma rua deserta e depois de olhar para os dois lados e certificarmos de que podemos atravessar em segurança, tropeçamos em nossos próprios e simples passos, nos pegando desprevenidos sem aviso.
“Marcar”, não é como etiqueta de roupa colocada de propósito, exibindo a marca, nem como o trecho de um livro que marcamos a caneta para não esquecer.
Acredito que marcamos e somos marcados pelas pessoas, inconscientemente.
Por isso às vezes quando menos percebemos, já marcamos... entendeu ?

FF

EU E ELA, ELA E EU

Eu sou assim e ela é assado,
Eu sério, ela achando engraçado;
Eu hora certa, ela atrasada;
Eu meio certo, ela meio errada;
Eu no caminho, ela na estrada;

Eu o Sudeste, ela o Sul;
Eu o vermelho, ela o azul;
Eu duro, ela dança;
Eu acordado, ela descansa;

Eu termino, ela começa;
Eu Europa, ela Japão;
Ela começa, eu termino;
Eu cama, ela chão;

Eu montanha, ela praia;
Eu tricolor, ela Inter de lá;
Eu agitado, ela calma;
Ela chimarrão, eu guaraná;

Eu amigo, ela companheira;
Ela Redenção, eu Cantareira;
Eu sozinho, ela já acompanhada;
Ela Porto Alegre, eu São Paulo apertada;

Eu gladiador, ela Cleópatra;
Ela à noite, eu de dia;
Eu esqueço, ela sonha;
Eu Nepal, ela Alexandria;

Eu lembro, ela disfarça;
Eu conto, ela narra;
Eu fico, ela ia;
Eu entendo, ela compara;

Eu suspense, ela romance;
Eu descabelo, ela penteia;
Ela o meio, eu o extremo;
Eu gosto, ela odeia;

Ela antes, eu primeiro;
Eu possível, ela além;
Eu sozinho, ela travesseiro;
Eu sou assim ela também.

FF

CUPIDO PERDIDO

Felipe, solteiro e amante de esportes radicais, gosta de Fátima. Deu até um perfume para ela. Coisa intima.
Mas Fátima, namora André há tempos, e não pretende largar dele.
Já André, que vive ganhando coisinhas de Fátima, gosta mesmo de verdade de Patrícia, sua prima de segundo grau que também gosta dele. Mas só como amigo.
Pois Patrícia adora Lucas, como amizade e algo mais. Aliás algo muito mais.
E o Lucas, que vive como um bumerangue enroscado, separando e voltando com Valéria, que conheceu na quinta série, sai também com Patrícia, mas de sua amizade só quer o algo muito mais.
Assim a Valéria, que já andava desconfiada e com a cabeça conturbada, hoje já nem sabe mais de quem, ou do que gosta, pois já saiu com Maurício, mas se apaixonou mesmo por Marta.
Isso mesmo, Marta. Uma garota que desde cedo, por causa dos pais, sempre teve a cabeça aberta para assuntos relacionados a sexo. Aliás abriu tanto a cabeça que não se contentou em ficar só nisso e decidiu abrir o restante também.
Mas Marta não percebeu, e nem poderia ter percebido, que a Valéria tinha se apaixonado por ela. Uma vez que a Valéria têm medo de expressar o que sente, por que também têm medo do que as outras pessoas vão pensar a seu respeito, principalmente se isso chegar aos ouvidos do Lucas e do Maurício, já pensou...?
Ainda mais por que, tanto o Lucas quanto o Maurício, apesar de não saberem, têm em comum um colega, o Felipe.
Sim o Felipe, mas não aquele primeiro, mas sim um outro Felipe, agora o segundo, que por sua vez também já saiu com rapazes, mas só como amizades, para poder se aproximar de Fernanda que anda sempre com seus conhecidos, inclusive o Lucas e o Maurício, mas nunca juntos.
Então, essa Fernanda que, além de escrever para uma revista de moda, ser campeã de truco no seu bairro e ter fetiche por óculos tipo de grau, mas só que sem grau, para não estragar suas vistas, vive buscando chamar a atenção de Roberto, o Beto.
Sabe o Beto ? Aquele que têm uma baita motocicleta invocada, mora sozinho, adora festas, sacanagens mas que no fundo é sozinho e têm tendência à depressão, então. Além disso tudo, no fundo ele ainda tenta conquistar com esse seu jeito, e de qualquer jeito, a Soraia, que é a irmã que o Felipe não teve, conforme o próprio mesmo disse uma vez, quando estava um pouco embriagado e muito sentimental. Só para esclarecer, o Felipe aqui, não é aquele segundo, mas sim o primeiro, se lembra dele ? Ou já se perdeu no meio de tantos nomes ?
Bem se isso aconteceu, e você se perdeu mesmo, nem esquente a cabeça, já que quem deveria realmente esquentar, nem a fez.
Estou falando do cupido, que apesar de estar disparando suas flechas para todos os lados, não consegue acertar nenhum alvo, e está confuso. Um cupido perdido.
Quer dizer, acertar ele até acerta, mas o responsável pela idéia de atirar as flechas sempre muda de idéia e já nem sabe mais quem é o seu alvo, não se define e também fica perdido.
Perdido também, nessa e em outras histórias parecidas, ficam a alegria, o amor que muitas vezes resolve se tornar platônico, e seguem indo para lugar nenhum através da estrada que vai dar sei lá aonde, junto com a alegria, que também há tempos procura uma nova companhia. Tomara que a encontre, quem sabe um dia.

FF

SAUDADES

A saudade é única, mas cada um tem a sua.
O “Aurélio” diz que são lembranças afetuosas a pessoas ausentes.
Mas se ele diz isso, o que diz você a respeito ?
Eu tento definir com uma porção delas querendo falar ao mesmo tempo.
Com ela dentro do peito pulsando e indo para a mente, é como um bicho enjaulado.
Causa uma angústia na voz e um nó na garganta que não se desfaz.
Desfaz sim, o que é belo, deixa triste o mais puro, traz som ao silêncio e brilha no escuro.
É um sentimento raro que por ser tão contrário, altera quem sente, o corpo e a mente.
É algo inexplicável para as palavras, mas de fácil compreensão ao coração.
Saudade é falta de algo que aconteceu, pessoa que conheceu e que desapareceu;
Saudade da presença, e até da ausência consentida. Saudade é basicamente não saber.
Saudade é ainda, falta de algo que nunca aconteceu. Por isso não têm explicação definida.
Sinto saudades de coisas, momentos, lugares, pessoas, conversas, amigos.
Sinto saudades de coisas que nunca tive. É o mesmo que perder sem nem mesmo ter tido.
Saudade é a falta de ter. Corrói por dentro, mas é demonstrada por fora.
Saudade é invisível, mas quando se decide mostrar, todos vêem.
A falta de ar pode matar em segundos, já a saudade leva mais tempo.
Pode-se morrer por falta de ar, com uma saudade que mesmo depois, ainda estará lá.
Saudade é indefinida. Vêm quando menos se espera e pode até ir embora assim como veio.
Uma coisa é certa. Saudade é palavra de significado só encontrado no nosso dicionário.
Ninguém consegue fugir dela quando encosta a cabeça no travesseiro.
Apesar de só ser encontrada no Brasil, está presente dentro de cada um no mundo inteiro.

FF

CHORO

Já pensou, prender o dedo na porta do carro e não chorar ?
Sentir saudades de alguém e aquilo não passar ?
Brigar com outra pessoa e não poder aliviar ?
Para onde então, iria essa emoção ?
Talvez para o coração e dele só conseguir tirar, após o mesmo ser aberto depois de parar.
Por isso choramos. E eu, da última vez que chorei, refleti. E quando acabei, escrevi.
Escrevi o que, em momentos antes, senti. E tentei entender o que era aquilo que chegou por aqui empurrando tudo de ruim, para fora de mim. E assim mais forte que eu, aconteceu.
Se não fosse em mim o que sentiria, e o que seria ?
Talvez para o pessimista fosse o já esperado;
Para o realista, a lágrima que cai e que se pode ver;
Para o otimista, bom. Desde que seja de prazer.
Já para o humorista, ele é o adverso do desejado;
Para o ator, significa uma habilidade invejada;
Para o atleta, desde que seja entre os primeiros, não atrapalha em nada.
Para a alma, um desabafo;
Para quem vê, uma surpresa;
Para os olhos, uma limpeza.
Quem chora sente e quem sente chora.
Pensando bem, se não chorássemos talvez, aí sim, seria triste. E o triste, sem poder chorar, seria mais triste ainda, a ponto de até perder esse nome, triste.
Para isso existe o choro, que limpa a alma, e a alivia. Chora-se então, por tristezas mas também de alegrias.
É a melhor forma de colocar para fora tudo o que sufoca, que prende, que mata aos poucos. Se não chorássemos, acho que ficaríamos loucos.
Chorar faz bem, não é recomendado por médicos mas todos conhecem o seu efeito.
Chorar faz bem à alma, além de abrir e aliviar o peito.
Chorar é estar vivo, é renovar, ajuda a prevenir doenças e traz de volta o brilho do olhar.
Não devemos temer o choro, pois ele só vem para nos ajudar, levando consigo algo, antes temido, e que agora dá até vontade de enfrentar.
Chorar não é sinal de fraqueza, chorar é sinal de franqueza.
Expressão do coração, da mente, que se vê e que se sente.
Suas lágrimas são águas criadas e purificadas pela alma. Não têm vida própria, mas tem gosto, conteúdo e forma. Engana-se quem pensa que elas representam apenas prantos de momentos. Elas são coisas abstratas, que depois de compactadas, são transformadas em concretos sentimentos. Uma homeopatia de sentimentos.
Chora-se numa segunda, chora-se num domingo. Choramos vendo a dura realidade ou mesmo quando estamos dormindo.
Chora-se num canto, numa sala, num quarto, ou mesmo na rua. Chora-se no ombro de um amigo ou amiga e chora-se para a família, mesmo que ela não seja a sua.
Chora-se escondido debaixo das cobertas no frio, ou mesmo na praia quando estamos entre amigos, mas sentindo um imenso vazio.
Chora-se sem temer o público para que o sentimento guardado, saia por inteiro.
Às vezes é engraçado, pois choramos por um fato que nem se quer, estávamos no meio.
O choro acontece em manhãs quentes ou nas tão conhecidas noites frias. Dura pouco e passa logo em minutos, já outros demoram dias.
Escrevendo ou lendo, olhando ou lembrando, odiando ou gostando, sentindo ou pensando choramos. Algumas vezes por causa da alegria de rever alguém que há tempos não se via, e que de alguma forma entrou em nossa vida, ou mesmo choramos de emoção, na hora de uma despedida.
Chora-se por paixão, por traição, por aflição, por tensão e até por tesão.
Choramos sem querer, ouvindo uma música que muitas vezes nem entendemos a letra, mas que sentimos a melodia. Outras vezes choramos quando essas mesmas letras, agora entendidas, vêem de encontro com o que estávamos precisando escutar, e justamente de alguém que nem imaginávamos que poderia nos ajudar.
Enfim, chorar não remedia broncas, não engorda e nem paga imposto. Mas como chorar é humano e se repetirá por muitas vezes, devemos nos acostumar com seu gosto.
Isso não é uma exclusividade minha ou sua, como as impressões digitais.
O mundo inteiro chora, e isso significa que somos normais.
Eu choro, tu choras, ele chora.
Eu chorarei, tu chorarás, mas não agora.
Por que agora é a hora de deixar as lágrimas secarem, refletir sobre o que foi vivido, aprender ou curtir o acontecido, ler esse papel e guardar.
Pois se ele ajudou e explicou hoje, que você parou, talvez possa servir para a outra vez que você chorar.

FF

VÍCIO

Todo vício, tem um início.
Mesmo no começo, para sair é difícil.
Meu vício é natural e não está me fazendo mal.
Não consigo tirar da cabeça, ninguém comanda... Ananda.
Começou como na maioria dos casos
Mesmo sem experimentar eu já tinha gostado
Não tinha me aproximado, mas logo, por amigos fomos apresentados.
Desse momento pra frente, entrou e não saiu mais da mente;
Primeiro entrou pelos olhos, chegou até a boca trazendo uma vontade louca;
Passou pela mente e foi chegar justamente onde não tive reação... o coração.
O vício tira o sono, mas faz sonhar, deixa cego mas não paro de olhar;
O vício é engraçado mesmo, nos faz rir e trás uma sensação sem igual;
Se faz presente mesmo ausente, entra e não sai... ai, ai, ai !
Eu não preciso de cuidados especiais, só quero usar cada vez mais;
Acho que ainda não é grave, mas também não quero já me curar;
Só quero a mão, o braço, a harmonia e tudo para poder me segurar;
Quero ser a doença e ter por perto a cura, e ser a cura para o que você tiver;
Receber e dar a sensação de mente tranqüila e aceleração do coração.
O vício começou na rua, começou numa festa, começou num bar;
Passou por lugares públicos, com som alto e não sei mais por onde vai passar;
Chegou onde não tinha som, dentro de um carro, de clima muito bom;
O vício é assim, vicia. Ao contrário de alguns, não me faz esquecer;
Nunca fui viciado, posso até estar errado, mas meu vício está sendo você.

FF

SÉTIMO ELEMENTO

Frágil como um cristal, duro como um diamante.
Desejo como um marido, quero como um amante.

Sei das imperfeições, muitas que o tempo corrige.
Escapo das grandes pedras, mas a pequena me atinge.

Do mar, a profundidade e a aparente tranqüilidade.
Da terra o vulcão, terremoto que racha o chão.

Direto como uma reta, confuso como o labirinto.
Analiso o que ouço, escuto aquilo que sinto.

Do cão a fidelidade, da raposa a desconfiança.
Do adulto a razão, a percepção da criança.

Transparente às vezes puro, claro e maduro.
Outras horas arisco, como faca no escuro.

Lento para querer, saber ou conquistar.
Rápido para se padecer, largar.

Tudo têm começo, meio e fim
Tanto faz a ordem, comigo tem sido assim.

FF

“Por que o ser humano, se iguala nas diferenças”

QUANDO ESCREVO DÓI

Quando eu escrevo, dói.
Quando eu falo, não sai.
Quando ando, me perco.
Quando respiro, suspiro.

A dor não vem da mão, vem do coração.
A voz, se cala e o silêncio ecoa na sala.
Meu caminho eu perdi, nem sei aonde ir.
Meu ar ainda está preso, dentro daquele beijo.

A causadora da dor, tem até sobrenome.
A voz tem a mesma beleza do sorriso aberto.
Nas pernas tropecei, embolando as minhas.
A boca pede sempre a companhia da minha.

Se eu fosse você nunca mais me soltava.
Se você fosse eu, falaria para mim mesmo.
Se mudássemos de papel, seríamos os mesmos.
Nos juntamos, nos somamos, nos respiramos.
Eu e você, nos aliviamos.

FF

POIS É

Muitas são as escolhas que fazemos na vida e que lá na frente, vamos ver no que vai dar.
Cada uma é uma renuncia de algo que deixou de ser feito em troca de um bem estar.
Muitas dessas escolhas têm um pouco de involuntárias, difícil até para explicar.
São coisas que nem nos damos conta que estamos fazendo ou onde irá parar.
Um texto jogado, um desenho rabiscado sem pensar que vão se encontrar.
Como um jogo que começado, passamos a vez para o destino jogar.
Saiba que de um tempo pra cá, é por você que vale a pena lutar.
E por você, troco os e-mails de trabalho para ler primeiro o seu.
É por você que acordo mais cedo num fim de semana chuvoso.
É por você que aprendo a tocar uma música que nunca gostei.
É por você que de espontânea vontade vou embora da festa.
É por você que eu assisto filmes que nem queria tanto ver.
É por você que espremendo meus dias os faço se alongar.
É por você que disfarço as ações pensando nas emoções.
É por você que deixo de fazer as coisas que mais espero.
É por você que troco momentos quentes pelo conversar.
É por você que decoro um texto que achava impossível.
É por você que adio as coisas só para poder te ajudar.
É por você que mudo de idéia por que me faz pensar.
É por você que peço para sair mais cedo do trabalho.
É por você que acordo à noite e não durmo mais.
É por você que almoço logo depois de lanchar.
É por você que recuso convites irrecusáveis.
É por você que mudo meus planos de anos.
É por você que ignoro um Sábado de Sol.
É por você que saio antes do fim da aula.
É por você que tomo coragem e arrisco.
É por você que eu volto mais cedo.
É por você que preciso estar aqui.
É por você que sigo em frente.
É por você que faço planos.
É por você que digo isso.
É por você que escrevo.
É por você Mariana.
É por você.
Pois é...

FF

PALAVRAS AO VENTO

O mais bonito espetáculo de todos os tempos é o invisível vento.
O mais delicado efeito natural que, acelerado, pode ser mortal.
Em forma de brisa numa manhã, balançando folhas de hortelã.
Fazem cair folhas dos galhos e subir outras dos papagaios.
Refresca o ardido calor, como num peito sofrido faz o amor.
Trás um recado que estava distante em questão de segundos, instantes.
Trás um cheiro que estremece e balança, trazendo contigo a lembrança.
Leva os cantos das lavadeiras do Brasil, para onde ninguém nunca ouviu
Levam as folhas, antes paradas, contendo as palavras que escrevi na sacada.
Com a mudança dos ventos, vem a mudança dos tempos.
Tempos vividos ficam para trás, empurrando o novo cada vez mais.
Se não houvesse os ventos, não haveria navegação.
Não haveria mudanças nos cursos, nem mudança de estação.
Perderia a graça de olhar para cima e não ver nem sentir o ar.
Não ver o ar em forma de bexiga vagando sem aterrissar.
Seria difícil imaginar uma bela paisagem sem o prazer dos cabelos balançar.
O vento é o que nos faz acelerar, é o combustível que vêm do ar.
Leva coisas do chão para cima sem direção.
É a prova viva da mãe natureza que avisa e não aceita perdão.
Não é possível parar, arrasta vidas e histórias, leva a memória para outro lugar.
Diminui e volta a ser o que sempre era e sempre será...
Perceptível, forte e temível, porém bem vindo e sensível, pois é o ar.

FF

OI !

Oi, só passei para te dizer um Oi !
Sei que é uma surpresa, assim como todo Oi !
Mas ao contrário dos demais Oi, esse não é de passagem.
Esse Oi é especial e carrega consigo uma mensagem.
A mensagem desse meu Oi é simplesmente não ser de passagem.
As pessoas se cumprimentam com Oi´s e vão embora depois.
Eu, hoje, não iria passar, mas passei, deixei o Oi e, eu, se foi.
Um Oi de passagem, mas sempre presente, como sempre é.
Esse Oi é para na ausência te fazer companhia e cochichar.
Falando um Oi bem baixinho para despertar e não fantasiar.
Explicar que tudo é assim, os Oi´s começam altos e vão abaixar.
Assim como a fogueira que começa bem quentes e de repente Oi.
O fogo abaixou, mas nem por isso pára de queimar... Oi, quer dizer Ui !
O dia se fOi, a noite chegou, amanhã um outro virá nesse eterno ciclo.
Tudo que é hoje não é será o mesmo amanhã, o segredo é aceitar.
Aceitar e não desesperar, pois não significa que ficará assim para sempre.
É só olhar e enxergar que o tempo é importante para também o Oi melhorar.
Assim como esse Oi, que esteve de corpo presente ontem, assim como amanhã estará.

Oi !


FF

O SER ATOR

Na ousadia de tentar explicar o resultado aonde ainda também quero chegar, me arrisco, sem medo de errar, a definir o ser que se equilibra em seu corpo por completo, e que mesmo simples, possui um interior bem complexo, pois é a materialização da arte que recebeu o sopro de vida e foi batizado de ator.

Ator é sem pudor, encara de peito aberto a alegria e a dor. Sente, expressa, passa, é crença sem raça, sem cor, vai de Hitler a Ghandi, do ódio ao amor.

Interpreta, assume, emociona, transmite a mensagem, veicula, abre as portas de um outro mundo para o mundo, é suado, é escravo do vício prazeroso, intenso e gostoso.

Vive vidas, chora choros, não se ilude com os aplausos, faz dele o seu salário, estuda, analisa, e encontra dentro de si a força que precisa.

Tem o dom de atuar, conhecer-te, emociona-te, vibra com a melancolia do personagem, se enxerga, se entrega, se empresta, pisa no altar do palco pronto para a guerra, armado de sua confiança.

Passa, marca, desaparece, desperta desejos, vontades, imagina, volta no tempo, pára o tempo, brinca no tempo, aparece do nada e fica para sempre a quem viu.

Fala palavras que não são suas, mas de tão bem pronunciadas confunde-se no seu eu. Existe e participa.

Admira e é admirado, nasce grande porém adormecido, cresce mais, diminui conforme a necessidade, canta e encanta.

Apresenta, fique a vontade, é versátil, não só amadurece, estica-se, alcança, vira avô e criança, volta a ser quem era, o personagem principal de sua própria vida, sofrida, vivida, passada, única, real ou criada com a missão de simplesmente ser o que quiser, quando e onde bem entender, seguido pela direção de um refletor que escurece os olhos e ilumina o interior da platéia que prestigia o ator, maior exemplo de opostos atraindo as atenções regadas à inspiração e transpiração afloradas, pulsantes, vivas, bem na sua frente de braços e cortinas abertas, para o que der e vier, do lindo ao ridículo esse é o papel e o texto é o decorado, o improvisado que costura e passa o drama, passa o conceito, passa a estória, entra para a história.

Ninguém é mais que ninguém, mas o privilégio especial de poder ser todos, individualmente como ninguém, pertence a um único ser...

O ser ator.

FF

NO ESCURO ELA VÊM

Não sou eu que vou atrás;
Ela é que vem me procurar.
Interesseira, nem pede licença;
Sabe que sempre pode contar.
Na igreja, no banheiro, no chuveiro;
Na cama ou em qualquer lugar.
Desperta meu desejo no escuro;
Capaz até do meu sono tirar.
E eu obedeço, pois me conheço;
E sei que se eu desprezar;
Ela some e me esquece;
E nem no claro volto a encontrar;
Pois sem escuridão não há inspiração.

FF

ESTAÇÕES

No Outono, são as flores no chão.
Férias, dias claros e quentes, Verão.
Primavera, dias compridos e eternos.
A mais elegante e gelada, Inverno.
No Outono, aproveite, viva... saia.
No verão, calor, vá, saia... curta.
Na longa primavera, aproveite, saia.
No inverno nada de saia, cubra-se.
Assim correm os dias, apressados.
Faz o presente; substitui o passado.
Só peço que não se esqueça nem deixe de lado;
Que em qualquer uma dessas estações;
Hoje ou amanhã, posso estar ao seu lado.

FF

ESTÓRIA DE PESCADOR

Antes de começar, já aviso : essa foi verdade.
Já peguei peixe grande, com linha de costura.
E sem esforço, na minha rede, já caiu Tilápia.
Até Sereia, acostumada a encantar, eu cantei.
Me fiz de Boto-Cor-de-Rosa e outras pesquei.
Foi comigo que Branca entrou e sumiu no mar.
Até da Traíra eu consegui a confiança e fisguei.
E depois de tanta água ter passado pela ponte;
Um dia, do nada, encontrei uma espécie rara.
Depois daquele dia, a água doce ficou salgada.
Joguei a isca mordeu o anzol e mandei a tarrafa.
Mas de tão ligeira que era, me escapou e nadou.
As águas e a praia levaram o que mais cobiçava.
Pensei que estivesse na rede, mas não estava.
Uma espécie bem mais lisa que um ensaboado.
Encheu meus olhos mas acabei no raso parado.
Fiquei como diz a canção, pescador de ilusão.
Sem peixe, sem ar, sem saber para onde nadar.
Naquele dia, o peixe é que pescou o pescador.
Por várias vezes me vejo naquele mesmo lugar.
Pensando como seria se ele se deixasse pegar.
Tem que vencer o mar, não é só ter vara e linha.
Por essas e outras que não esqueço da Manjubinha.
O peixe mais fácil de gostar, mais difícil de pescar.
Que mostrou não ser o único a morrer pela boca.
Eu mesmo, até a vida daria pela aquela boca.

FF

FREEZE

E derrepente tudo parou !
O vento, parou de soprar;
O pássaro, parou de cantar;
O sino, parou de soar;
E a bola, parou no ar.

Ninguém entendeu. Nem eu !
A paisagem, perdeu a riqueza;
Sem som, calou-se a natureza;
Sem o sino, sumiu a igreja;
Sem emoção, o jogo perdeu a beleza.

Só as dúvidas pairavam no ar :
O vento fez a curva e sumiu ?
O pássaro fez o ninho e partiu ?
O sino não agüentou e caiu ?
A bola não quis mais jogar e saiu ?

Depois de muito esperar :
O vento soprar;
O pássaro voltar;
O sino, alguém consertar;
E a bola, tornar a rolar;
Tudo ainda continua no mesmo lugar.

Ninguém é culpado;
Nada é totalmente certo ou errado;
O vento suave não quis mais a comparação com o furacão;
O pássaro, simples e lindo, não quis mais a pressão de ter que ser um Falcão;
O sino, aguardado por muitos irmãos, perdeu a fé na oração;
A bola, se sentiu mais livre no ar, e não quer mais o chão.

As coisas acontecem naturalmente;
As hipóteses de terem acabado, são criadas por nossas mentes;
Mas as verdades dos fatos, não mentem.
Se alguma coisa acabou ou parou, siga em frente;
A verdade mesmo, é que nada é para sempre.

Eu não paro, quem para é o vento;
Produzo o meu, com meus movimentos.

Os pássaros pararam, mas eu continuo cantando;
Cantando e andando, as coisas ruins, vou afastando.

Os sinos pararam, mas não a minha fé;
Agradecendo, sentindo meu vento, sigo em frente, mesmo a pé.

A bola parou, mas o jogo ainda não;
Vou caminhando, perdendo e ganhando mas sempre somando com meus pés no chão.

FF

HALL

O vidro e seu estilhaço, resultado do beijo no aço, ao tocar o chão, representou os cacos do coração.
O barulho ensurdeceu e emudeceu, sinal que mesmo o tempo passado, o amor ainda não amadureceu.
O difícil de imaginar, se mostrou diante do olhar atônito, inesperado, assustado como único resultado.
A imagem de Ghandi se transformou na de Hitler num instante, como da comédia à tragédia, de Dante.
Prova que a linha das relações é estreita, fina e escorregadia, detalhes perigosos escondidos na sintonia.
Um choque de fios desencapados, vulneráveis, sobrando faíscas nos quentes momentos, encostados.
Fez-me lembrar do nosso começo, onde por você não ter pedido, foi um dos motivos de eu ter aceitado.
Um Sol começava a me brilhar, após o túnel que pensei não mais passar, até ver no fim dele, o seu olhar.
Na soma das minhas experiências, quero você mais vezes para dividir os melhores momentos por igual.
Diferenças só nas cores dos botões, igualdade no querer fazer sempre o bem para melhorar os corações.
O que sobrou foi o pó, a poeira no ar misturada com a dó para com quem sempre mereceu o melhor.
A essência que o vento tomou de posse para carregar, tem me acompanhado fazendo lembrar no respirar.
Na química dos elementos envolvidos, o resultado foi a aquisição de mais um ingrediente da poção.
Tomei a mesma de um certo amargo sabor, no bálsamo do arrependimento, buscando favorecer o amor.
O significado dele se ramificou e entrelaçou em mim, se ocultando no início e meio, se mostrando enfim.
Dias depois, o vidro foi trocado, os cacos foram levados pela vassoura que também já havia passado.
E a luz, mesmo sem estar ligada, ilumina as marcas e as lembranças não foram totalmente apagadas.
Porém de tudo isso, o que mais importa é que essas lembranças, não subam, nem desçam as escadas.

FF

A VIDA É UM JOGO... DE FUTEBOL, CLARO !

Acho que em nenhuma outra parte do mundo, vida e esporte, andam tão juntas a ponto de até, muitas vezes se confundirem, como acontece aqui no Brasil. Um país que é conhecido como a terra do futebol, acabou indo ao extremo dessa expressão sem medir a profundidade das raízes que isso criou, muitas vezes sufocando muitos outros valores mais importantes para o crescimento de um país e desenvolvimento de sua população em termos de valores internos. Veja algumas situações e me responda se isso realmente não acontece todos os dias :
Na escola primária a professora diz aos seus pequeninos alunos :
- O mundo é redondo, uma bola, igual ha uma de futebol, entenderam ?
Como pode ver isso vem desde pequeno, e quando a pessoa cresce, e se torna um adulto, já está todo contaminado por essa coisa, e as coisas pioram ainda um pouco mais, veja :
No momento em que uma pessoa chega de surpresa àquela roda de amigos, já reunida, vem logo dizendo :
- Aí pessoal, cheguei, estou na área e se me derrubar é pênalti !
Nessa mesma roda, em meio a gozações e risos, o alvo delas defende-se :
- Caramba aí vocês pegaram pesado... vai na bola, vai na bola !
Numa outra conversa entre amigos, onde um já conversou com a moça que o outro quer namorar, aquele responsável pela função de cupido, avisa ao amigo :
- Então cara, já falei com ela, é só chegar bater pro gol e partir para o abraço !
Depois da conquista então, o homem, de uma forma bem sutil, propõe a moça um convite para namorar de jeito que até então não tinham feito :
- Moça, o que acha de a gente ir bater uma bolinha na graminha molhada, hein ?
A moça assim, toda séria e cheia de pudores, não agüentou a ousadia do rapaz e deu um fora no desolado rapaz que comenta com aquele mesmo amigo cupido, mostrando que até nas horas tristes da vida, como no fim de um relacionamento, o tema aparece :
- Pois é cara, foi assim que aconteceu, e ela me jogou para escanteio !
Mas logo a tristeza vira alegria e o rapaz se conforma rapidamente :
- Mas tudo bem, amanhã meu time joga e eu estarei melhor !
E não é só em situações informais como essas que o tema se faz presente também não, já que até em lugares que exigem uma certa postura e vocabulário, o assunto aparece, referindo-se a coisas sérias. Como no ambiente de trabalho das pessoas por exemplo :
- Bom trabalho rapaz, seu desempenho está subindo e o contrato que você fechou ontem foi um golaço, parabéns !
Já o rapaz, todo feliz com o elogio do chefe, resolve retribuir os agradecimentos da mesma forma, aproveitando para dar uma puxadinha de saco :
- Obrigado chefe, mas se não fosse o treinador que eu tenho, como o senhor, passando as orientações, esse gol seria impossível de ser marcado.
E para encerrar a conversa o chefe treinador assume outra vez as palavras :
- Então continue assim, pois em time que está ganhando não se mexe.
Esses são apenas pequenos exemplos facilmente encontrados no dia-a-dia, sem contar em conversas de bar, dentro de padarias e outros lugares infectados disso.
Gosto de futebol, mas não levo isso ao extremo para o meu cotidiano e torço, para um dia ver e ouvir alguém falando por aí, de outros esportes, que não só o futebol.
Por falar nisso, você já ouviu falar em downhill ? Acho que não...

FF

DISTÂNCIA

Caso ela resolva aparecer, lembre-se :

Curta distância (no começo de uma separação é difícil de aceitar)
Curta a distância (aprenda a gostar da distância)
Cura, à distância (tudo se cicatriza, mesmo que esteja longe)
Curta à distância (curta, seja lá o que for, mesmo que à distância)

E não se esqueça que :

Distância curta (mesmo tendo esse nome, você pode torná-la curta)
Distância cura (ela, com a ajuda do tempo, tudo cura)

FF

MAS EU NEM TE CONHEÇO

Como pode isso ?
Gosto de você, mas nem bem te conheço,
Vejo-te às vezes e nessas vezes também, me imagino contigo,
Quando não te vejo, não sinto isso, mas quando te encontro balanço,
Imagino como você pode ser, do meu jeito, sem defeitos,
Quando estou com o meu alguém, você no meu pensamento, não vem,
Melhor assim, pois estragar algo que está me fazendo bem, também não faz bem,
Deixo por conta do acaso e até o universo decidir conspirar,
Vou me agüentando e de várias formas escapando de tentar te lembrar,
Não sei bem quem você é, mas sei que está perto,
Não sei nem bem de onde veio, mas gosto de saber que veio,
Não sei o que se passa aí dentro, e muitas vezes nem mesmo o que se passa aqui,
É estranho pensar assim, mas quem garante que você também não pensa em mim ?
Muitas atitudes se expressam e saem melhor que as palavras,
Penso até que algum dia, irei te mostrar esse texto, feito com sentimento,
Sentimento um pouco sufocado e posto de lado por conta da situação,
Um dia ouvi dizer que o ser humano não se contenta com o que tem, e quer sempre mais,
Começo a acreditar nisso, sentindo na prática, mas é uma forma de evolução,
Faz parte do passo a passo, do auto-conhecimento e de novas experiências,
Não vejo isso como uma traição, até por que só está no pensamento, por enquanto,
Aliás encaro até como o contrário de uma traição, pois estou sendo sincero, comigo mesmo,
Vejo-te na rua, nas escadas, da sacada, no carro, do carro, passeando, indo e voltando,
Vejo-te sempre sozinha e isso às vezes me dá mais esperança de que será minha,
Não gosto de fazer promessas, mas me proponha a fazer um pacto comigo mesmo,
Se um dia o universo conspirar, a gente se encontrar e o sentimento aflorar eu vou contar,
Vou contar que no terceiro mês do ano sete, na soma, escrevi essas palavras,
Palavras essas que foram ao papel nesse dia, mas que há bastante tempo já sentia,
Será uma maneira de provar que coisas estranhas acontecem sem avisar, como aconteceu,
Acontece com muitos que sofrem no silêncio, sem coragem e nem mesmo vontade de dizer,
E nesse momento surjo dentre os demais, pois apareço, dizendo que hoje não mais padeço,
E se estiver lendo essa, estará no momento certo de dizer que já não mais te desconheço.

FF

NOITE CERTA

Certa noite eu conheci uma garota que faria todas as manhãs seguintes, serem azul.
Pele morena, mas não vinha do Norte, não tinha olhos claros, mas vinha do Sul.
Falando palavras diferentes de todos daqui, pãozinho é cacetinho e menino era guri.
Mostrava versatilidade com as palavras e parecia, ter nas mãos, as mesmas habilidades.
Falava de suas origens, vontades, influências, novidades, além de coisas sobre o Japão.
Passeava sobre danças, crenças, costumes e cartas, família, pais, parentes e irmãos.
Depois sentou, como faz na terra um grão, calou-se, pegou um copo e ouviu a canção.
E assim eu, bem de mansinho, ajudado pelo vinho, misturado com os carinhos, sentidos no escurinho, que me acertavam aos pouquinhos, percebi que no caminho, dentre as flores e espinhos, existe sempre um ninho, de um pequeno passarinho, que mesmo bem baixinho canta, e com seu canto, encanta.
Cantei, cantou, encantamos. Parei, parou, paramos. Olhei, olhou, nos olhamos. Conversei, conversou, conversamos. Simpatizei, simpatizou, simpatizamos. Nos atraímos e beijamos.
Cheia de paixões, saudades e emoções, pelo olhar vazava sentimentos de muitos corações.
Paixões pela família, paixão por sua terra, pelo ar que só há nela, pelas ruas da cidade e pela vista da janela. É a paixão por suas paixões que fazem emocionar de tanta emoção.
Saudade misturada com vontade de ir e voltar, partir e ficar, numa invisível e eterna ponte, difícil de construir, mas fácil de imaginar, encurtando a distância que insiste em incomodar.
Fui entendendo sua trajetória, e conhecendo um pouco de sua história, pude resumir sua, até então, estada aqui, em poucas mas suficientes palavras, como faz um bom narrador, utilizando-me do esporte mais conhecido, e por ela querido, onde assim como ele, me senti aplaudido, por ter conseguido fazer com louvor, o compacto do grande lance, usando o que o seu dia-a-dia escrevia, sem temor e sem lembrar do seu time querido, e nem do seu arquiinimigo no Sul, o tricolor. Resumidamente a narração ficou :
Ela chegou, olhou, pensou, gostou, ficou, trabalhou, se adaptou, errou, brigou, acertou, mudou, chorou, enxugou, foi, voltou, outra vez mudou, insistiu e só faltou mesmo o gol. Mas será que ela já não marcou ? Ou precisa esperar o barulho da torcida para saber ? Mas e se não tiver torcida ? Ou, se a torcida resolver pegar no pé ? Até por que torcedor é assim mesmo. Às vezes por conta de uma pequena falha, devido à falta de experiência ou mesmo pela fase ruim, é o suficiente para irmos de herói a vilão, esquecendo tudo de bom que passou e só lembrando das coisas ruins que ficou. Mas uma coisa ele não muda, a vibração.
Vibração pelo seu time de coração, por aquele que te dá emoção, e que vale a pena torcer, onde quer que seja o jogo, em São Paulo ou no Sul, a torcida é sempre a mesma, seja numa noite certa e escura, ou num dia errado mas de céu azul.
Bom seria se o mundo fosse como nos primórdios, no começo, bem lá atrás no passado, onde tudo era junto, um só pedaço de terra, sem fronteiras de países ou limites de estados. A distância continuaria lá existindo e presente, mas pensar assim fica mais confortável para a mente, sem ter que lembrar que, para lá chegar, um ônibus, carro ou avião, precisamos primeiro pegar, esperando e atravessando longas horas que começam bem antes incomodar.
Era uma noite quando vi pela primeira vez, mas logo clareou. Era um dia que passamos juntos, mas logo aumentou. Era uma atração quando beijamos, mas logo mudou. Eram apenas palavras que eu ia escrevendo, mas logo rimou. E assim é o mundo, o hoje não é igual ao ontem e tão pouco como o amanhã. Ele gira, muda, leva, traz e atenta como também fazia no início a maçã.
Não sabemos onde vamos parar, mas a torcida e a noite certa, essas, estarão sempre por lá.

FF

O NADA

Espero que em seu dia aconteçam muitas coisas boas, e de ruim nada.
Ontem você me disse uma frase, que não saiu da minha cabeça, por nada.
Não tenho nada que me intrometer nas suas particularidades e nem tenho o intuito de forçar ou te atrapalhar em nada, mas, como você sabe, nada pára a mente.
E assim, conforme a minha trabalhava, pensei rapidamente em umas coisas, e achei interessante te mandar aquilo que veio na minha cabeça derrepente, assim meio do nada :

Eu nado;
Tu nadas;
E ele "nada".

Eu, às vezes, queria ser o nada;
Tu ficas sem fazer nada;
E ele, não faz nada.

Eu não posso fazer nada;
Tu, por alguns motivos, não procuras fazer nada;
E ele não percebe nada.

Eu não tenho "o nada";
Tu tens o tudo, mas parece não ter nada;
E ele parece não ver nada.

Eu posso não significar nada;
Tu, ao invés disso, pode ser o tudo;
E ele... sei lá !!!

Desculpe a brincadeira com as palavras, mas sinceramente não estou entendendo mais nada...

FF

O TEMPO, A VIRTUDE E O VALOR

Por um tempo fiquei pensando neles, no tempo, na virtude e no valor. E cheguei a conclusão que o tempo têm seu valor e, por sua vez, o valor vêm com o tempo.

Para entender o valor de um ano: pergunte a um estudante que não passou nos exames finais.
Para entender o valor de um mês: pergunte a uma mãe que teve um filho prematuro.
Para entender o valor de uma semana: pergunte ao editor de uma revista semanal.
Para entender o valor de uma hora: pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro.
Para entender o valor de um minuto: pergunte a uma pessoa que perdeu o trem, ônibus ou avião.
Para entender o valor de um segundo: pergunte a uma pessoa que sobreviveu a um acidente.
Para entender o valor de um milisegundo: pergunte a uma pessoa que ganhou uma medalha de prata nas Olimpíadas.


O tempo não espera por ninguém, por isso temos que tentar valorizar cada momento de nossa vida, seja acompanhado, para poder dividí-lo com alguém especial, ou mesmo sozinho, tentando a todo momento ser a melhor companhia para nós mesmos. E essa pode ser a nossa virtude.
Virtude é a beleza de uma pessoa. É o que a torna adorável e única. É a sua mais pura expressão revelada no olhar, no agir, no falar. A virtude brilha de dentro para fora, preenche o que está vazio, cura o que está doente, acomoda o que perturba.

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas, na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”


Ou perguntei ao tempo, quanto tempo eu tenho pra passar o tempo. E o tempo me respondeu : dê tempo ao tempo, você têm muito tempo.

FF

O VENTO QUE TRÁS BONS TEMPOS

O vento é pra fazer movimento e mandar embora as nuvens negras que as vezes surgem no nosso caminho, encobrindo a luz !
E nós aqui de casa, através de pensamento, ajudamos o vento, a afastar aquilo que temporariamente está deixando as coisas um pouco escuras, mas que logo darão lugar novamente aos bons tempos !
Novos e bons tempos, trazidos belos belos e bons ventos

FF

PORTA ABERTA

Qual é à distância da sua casa até a padaria ?
Qual é à distância de sua casa até a casa da sua tia ?
Qual é à distância de sua cama, no quarto, até o banheiro onde fica a pia ?
Qual é à distância do lugar onde hoje, você conhece, até aonde, antes, você desconhecia ?
D......I......S......T......Â......N......C......I......A....relação entre o ponto de partida e ponto de chegada.
Em casos como o nosso, ela já existia, mas como a gente não se conhecia, ela não era nada.
Nada, pois mesmo sendo enorme, a ponto de nem poder ser medida, não podia ser pensada.
O que sabemos agora que nos encontramos, é que ela sempre foi grande, mas nunca invencível.
Da mesma forma que é invisível aos nossos olhos, pode ser também encurtada, sem ser vista.
Acredito que a única coisa que não pode ser encurtada é à distância ao horizonte. Uma vez que a Terra, sendo redonda, o horizonte não existe. Do mais, tudo que existe é possível tocar e chegar.
Pensando assim, a distância que antes era de muitas cidades, alguns estados, muitos e muitos quilômetros, além de inúmeras ruas, diminuiu-se e reduziu-se, depois que nos encontramos.
Reduziu-se, inicialmente, a alguns quarteirões e apenas, centenas de passos.
Mais tarde, ela encurtou ainda mais, tornando-se apenas algumas casas, ainda na mesma rua.
Permaneceu assim por um tempo, e aumentou outra vez para alguns quilômetros, alguns bairros e muitas ruas, somada a milhares de passos, mas que se encurtam, ajudados pelos transportes.
Encurtam-se e encurtamos, por muitas vezes, para curtir, o que o universo resolveu unir.
E uma vez ele unindo, ou apenas nos apresentando, é o suficiente para mudar muitas coisas.
Quando encontramos alguém que sempre queríamos encontrar, ficamos felizes em rever.
Quando encontramos alguém que nunca pensávamos encontrar, nos surpreendemos ao ver.
Mas quando vemos, e a impressão é boa, podemos ter a certeza que a distância nunca mais irá aparecer, mesmo que aparentemente ela pareça separar, o que o universo apresentou, depois de conspirar, nunca mais irá se quebrar, mesmo que a distância alongar, os laços estarão sempre lá.
É como se fosse um quebra-cabeça, que começamos a montar, sem noção, de onde, as peças encaixar. Mas que uma vez vistas as peças, já podemos enxergar onde podemos colocar.
Mesmo que a peça não seja utilizada naquela hora, devido à complexidade, ou mesmo a necessidade do jogo, ela estará sempre lá, para ser colocada novamente à disposição, quando precisar, agora já sabendo sua função com relação ao todo, depois de muito pensar e matutar.
Tudo é movimento, tudo é energia, tudo é vibração e essas coisas, juntas formam o todo.
Estamos sempre indo e vindo, às vezes ficamos mais tempo em um lugar e achamos que quando, por um tempo nos afastamos, nunca mais vamos voltar, mas isso é apenas um reflexo do que pensamos sem pensar. Um pensamento que surge involuntariamente na mente, sem explicação, talvez para testar nosso poder de dominar as emoções e nos fazer crescer.
O que temos que pensar é que a distância pode ser grande, mas não intransponível. E que essa mesma distância, independente se grande ou não, uma vez já tendo sido superada, deixa de ser distância e passa a ser nada. É como diz o ditado : “onde já passou um boi, passa uma boiada.”
Se você já veio e por um tempo precisa se ausentar, lembre-se que já fez o mesmo deixando o lugar de onde saiu e partindo para outro lugar, num ciclo que se repete e sempre se repetirá.
O que fortalece nessa hora é imaginar que o pior já foi vencido, que você já chegou, que você conheceu, que você se adaptou, e que todas as surpresas que tinha para acontecer, já passou.
E assim, uma vez tudo isso já passado, independente de quanto tempo dure, essa nossa estada longe do lugar onde já estávamos acostumados, tudo estará lá, para quando estivermos voltando, agora já mais experientes e cientes, lembrando ainda que a porta já está aberta nos esperando.

FF

PELOS OLHOS DE LUAR

Fernando era um loiro alto alegre e destemido;
Nasceu do amor feito em São Paulo, terra de confusão;
Não fica sem fazer nada, e se precisar, pega pesado;
Tristeza era coisa que não se via do seu lado.
Depois do trabalho ia pra academia, enquanto o tempo passa;
Cantava, tocava violão e fazia graça;
O peito largo, o riso claro e amigo dos amigos;
Não tinha medo de ninguém, mas não zombava dos perigos.

Um dia ele sentiu no rosto;
Os olhos de luar de uma moça e então;
Um doce amargo alegre e triste entrou no coração.
Fernando não era mais o mesmo desde que sentiu o brilho desse olhar;
Sentiu pela primeira vez vontade de chorar.

Mas o feitiço do olhar entrou feito veneno;
O olhar daquela moça, vindo de seus olhos pequenos.
Ah! Esse olhar tinha mais luz que o sol do meio-dia;
A tentação era mais forte ele não resistia.
Até que um dia ele chegou mais perto, um raio de esperança;
Um homem quando gosta, fica assim meio criança;
E ele então falou de tudo aquilo que sentia;
Pediu desculpas por gostar assim de quem não devia.

E uma lágrima rolou dos olhos de luar daquela moça então;
Seu rosto branco avermelhou na força da atração.
Aí o céu chegou na terra e quando a harmonia existe fica tudo igual;
E tudo já não estava mais assim, tão normal.

Mas a moça, já tinha outra pessoa, por quem sentia também um algo forte;
Na hora ele se lamentou, por sua falta de sorte;
Pois passou a sentir algo que há tempos não sentia;
E nas noites aquilo aumentava toda vez que a via.
Infelizmente Fernando não podia fazer mais nada;
Já que a marca no peito, deixada por ela, nunca mais se apaga;
Por vários anos muitas coisas passaram no seu coração;
Mas nada comparada a lembrança daquela tentação.

Ele diz até, que muitas vezes quando a noite chega na cidade então;
Parece às vezes ver, alguém parecido com ela, saindo da confusão.
Uma moça, o chamando e querendo que ele pegue em sua mão;
Para os dois, irem juntos, viver uma coisa sem igual;
Viver um pedaço de felicidade nessa capital.

FF

ANALOGIA

O mundo é um cérebro. Está sempre pensando e é muito complexo.
Está sempre em movimento, e olhando de cima parece estar tudo normal;
Estabelece milhares de conexões ao mesmo tempo, e está praticamente dividido em duas partes, sendo que uma dessas duas, parece querer dominar a outra.
A do lado esquerdo parece querer controlar não só à direita, mas tudo.
É possível vê-lo por completo após fotografá-lo panoramicamente, ou mesmo dar uma volta ao seu redor.
Movido a pensamentos, numa mistura de muitos bons e ruins.
Guarda lembranças boas de conquistas, é capaz de armazenar milhares de informações e tem a capacidade de guardar muitos idiomas.
Dois hemisférios, milhares de regiões e muitos nomes.
Guarda ainda um passado de traumas, e quando sofre um deles, umas partes apresentam seqüelas.
Algumas de suas regiões são responsáveis pelo sistema nervoso central.
Quando uma parte é destruída, ela se recompõe.
Ou quando uma parte se destrói, outras a ajudam a se refazer.
Existem especialistas que os estudam, infindavelmente, seu funcionamento.
Sua morte é declarada quando não responde mais a estímulo algum, e podem acabar repentinamente. Por isso têm tanto em comum.

FF

VALOR

Aquele momento que antecedeu aquela grande reunião, feita naquela grande sala, daquela grande empresa, que está localizada naquele grande edifício, dessa grande cidade, neste enorme país, deste imenso lugar chamado Terra, me ajudou a enxergar que, o que realmente têm mais valor nessa vida, são mesmo as pequenas coisas.
Percebi isso depois que um pequeno curto circuito acabou queimando o aparelho de projeção de slides e o computador no qual o mesmo estava conectado, que iria fazer o aparato tecnológico daquele grande evento, impedindo assim, por um longo tempo, o início do lançamento daquele grande produto, feito a partir daquela grandiosa apresentação, envolvendo grandes pessoas e alta tecnologia.
Durante esse tempo em que alguns tentavam resolver o “probleminha”, resolvi ir tomar um copo d`agua, num pequeno filtro que ficava fora daquela grande sala. Foi quando, ao pegar o pequeno copo plástico, acabei deixando cair outro, após o mesmo enroscar no pequeno suporte fixado à parede com um pequenino prego. Sendo assim, ao abaixar-me para pegá-lo, meus pequenos olhos foram de encontro a uma pequena fotografia, estampada em uma revista que estava numa mesinha ali ao lado, rodeada por demais objetos grandes, inclusive mais chamativos, mas que foram menos atraentes para mim, naquele momento.
A foto era pequena, mas no tamanho suficiente para despertar e trazer à tona, um pequeno fragmento da minha memória, que por sinal não é curta. Um fragmento repleto de coisas fisicamente pequenas mas não de menor valor.
Olhando aquela foto me lembrei de quando tive a oportunidade de conhecer um pequeno pedaço desse mundo, na companhia de um pequeno pedaço de mau caminho. Pequeno pedaço pois sua altura era 1,60 m., mas como tamanho não significa nada, aproveitamos e muito, aqueles pequenos momentos que se tornaram intensos, dentro de nossa pequena suíte daquele transatlântico, no qual tive o privilégio de estar ali, graças a um pequeno pedaço de papel que preenchi em uma promoção, após ter comprado um pequeno frasco de perfume francês, que, diga-se de passagem, comprei com meu pequeno cartão de crédito, sem nem mesmo imaginar que naquele momento, estava comprando não só um objeto, mas também um pequeno pote de ouro disfarçado, que só fui saber de seu verdadeiro conteúdo, dias depois quando recebi uma ligação, em meu pequeno aparelho celular, de uma pessoa que me avisava do tal prêmio.
Depois de viajar nesse pequeno episódio de minha vida, me peguei parado com um copo de água na mão sem nem mesmo ter tomado, e sem a mínima noção de que o tempo previsto para começar a tal reunião havia se esgotado, conforme indicava o meu pequeno relógio de pulso que na ocasião eu usava.
Foi nesse instante então, que eu voltei ao meu pequeno mundo, cheio de coisas grandes mas de menor valor.
Um mundo onde a sucessão das horas, dias e anos que nos dá a consciência e idéia de passado, presente e futuro, chamada tempo, se apresenta como um paradoxo.
O paradoxo do nosso tempo. Tempo esse que, como já disse, naquele momento, para mim havia se esgotado, mas ainda suficiente para engolir de uma vez a água que estava dentro do copo, jogar o mesmo dentro de um pequeno lixo, voltar à realidade de onde eu estava e dar alguns passos para retornar à grande sala que de certa forma, tinha me ajudado a desencadear algumas recordações que antes estavam escondidas na correria dos dias, mas que agora tinham sido libertadas a tempo de perceber a confusão de nosso tempo.
O nosso tempo... aliás qual tempo ?
Já que gastamos mais, mas temos menos; compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores; mais graus acadêmicos, mas menos senso.
Mais medicina e menos saúde.
Bebemos e fumamos demais, mas rimos de menos.
Dirigimos rápido demais e também nos irritamos muito facilmente.
Ficamos acordados até tarde e acordamos cansados.
Raramente paramos para ler um livro, mas bastante tempo diante da TV.
Falamos demais, mas oramos de menos.
Amamos raramente e odiamos com muita freqüência.
Aprendemos como ganhar a vida, mas não como vivê-la.
Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida a extensão de nossos anos.
Já fomos a Lua e dela voltamos, mas temos dificuldades em atravessar a rua ou mesmo conversar com um vizinho.
Assim produzimos mais cópias, mas temos menos comunicação.
Temos avanço na quantidade, mas não em qualidade.
Limpamos o ar, e poluímos a alma.
Escrevemos mais, e por outro lado aprendemos menos.
Planejamos mais, e realizamos menos.
Temos refeições rápidas e digestões lentas.
Grande variedade em comida e menos nutrição.
Temos mais lazer e menos diversão.
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, ficadas de uma noite só, corpos acima do peso e pílulas que fazem de tudo : alegram, aquietam e matam.
Muita vitrine e nada no estoque.
Sempre corremos contra o tempo, mas não sabemos esperar com paciência.
Estamos no meio desse tempo mas espera aí...
Você não tem que resolver algum problema não ?
Eu mesmo me fiz essa pergunta enquanto escutava, mas não ouvia, sequer uma frase do cara que estava fazendo aquela grande apresentação, naquela grande sala de reunião.
E assim, enquanto o mesmo dissertava sobre o assunto apresentado, resolvi anotar em uma pequena folha de papel, que estava ao meu alcance, uma frase que me veio à mente naquela hora, para não correr o risco de esquecer a idéia principal do texto que mais tarde eu pretendia escrever, e escrevi. Texto esse que agora você está lendo, inclusive sendo fechado com a pequena frase que deu início a todo ele :
“Por mais que você viva no inferno, o importante é estar sempre com a cabeça no paraíso”.


Obs: O texto acima possui uma quantidade maior de palavras do gênero e sentido menor.
Porém essas palavras, e todas as outras, são importantes para a construção do mesmo.
Isso prova, mais uma vez, que não importa o tamanho das coisas que temos, mas sim o valor que damos a elas.

FF

COINCIDÊNCIAS

Existem algumas coincidências estranhas envolvendo o número “7”.
Algumas até um pouco difíceis de achar, mas é só reparar um pouquinho.
Como são muitas, achei por bem colocar apenas algumas das mais perceptíveis, sobre o número da perfeição, deixando as demais para você descobrir no seu dia-a-dia, que aliás também têm sete letras :

Bom dia, são 7 horas da manhã. Hora de levantar.
Uma semana de 7 dias, na "América" de 7 letras, no mundo que Deus fez em 7 atos.
Para alguns o "paraíso", para outros o "inferno".
Independente disso, ambas palavras de 7 letras.
Manhãs de chuva ou de Sol, que nascem junto com o arco-íris de 7 cores.
Ótimo dia de preguiça, ideal para não fazer nada, a não ser ligar a TV e sintonizar um dos 7 canais convencionais da rede aberta, para assistir um filme qualquer, como um do próprio agente 007, ou ainda lembrar da infância pegando um daqueles antigos livros de contos infantis, como o da branca de neve e os 7 anões.
Ah, já sei, você prefere jogos não é ?
Então escolha entre jogar em casa mesmo, ou sair para jogar.
Em casa a opção é abrir a revista de palavras cruzadas, e brincar com o jogo dos 7 erros.
Mas se você decidir sair, aconselho uma boa partida de bilhar. Por falar nisso, qual é a bola mais conhecida desse jogo mesmo ?
Saia mesmo, isso distrai um pouco a mente e ajuda a esquecer a “saudade”, com 7 letras.
Veja, sinta e perceba o mundo a sua volta, através dos 7 orifícios presentes em nossa face, criados por Deus para que a energia exterior penetre internamente.
Orifícios esses que nos acompanham pela história, desde o início.
Até Adão e Eva já os tinham.
Aliás o resultado da soma das letras desses dois nomes (Adão / Eva), também é 7.
Interessante essas coincidências não ? Parece até um espelho. Para onde quer que olhemos, esse número se mostra refletido. E nem adianta tentar quebrar o espelho, pois até ele quebrado dá 7 anos de azar.
Interessante, assustador, enigmático e digo mais, uma maravilha. Aliás, uma das 7 maravilhas do mundo, assim como a música e suas 7 notas musicais e muito mais.
Apeguei-me tanto a essas coisas que esqueci de olhar pela janela, se a chuva já tinha passado ou mesmo se ela já havia chegado. Estou dormindo ou sonhando acordado. Será que estou atrasado ?
Ou mergulhado num dos 7 pecados capitais, chamado preguiça ? Acho que não.
Nem mergulhado em sono, nem nas águas profundas e agitadas de um dos 7 mares do mundo. Estou apenas pensando, associando e olhando à minha frente uma das 7 vidas de meu gato.
Isso não é nenhuma perseguição, nem nenhuma brincadeira. É apenas um pedaço de mistério dessa nossa vida verdadeira.

FF

RACIOCÍNIO

Se analisarmos nosso processo de vida, todos os dias desde a hora em que acordamos, ou mesmo enquanto estamos dormindo, podemos perceber que quando o computador foi inventado, seus procedimentos desde os mais básicos até os mais complexos, foram baseados no modo de raciocínio humano.
Cheguei a essa conclusão, sem ler nada a respeito, somente utilizando um violão, umas músicas na cabeça e um tempo para refletir sobre eles. Veja, quando uma pessoa toca um violão, ou qualquer outro instrumento, ela precisa primeiramente, conhecer as notas musicais e conseqüentemente os acordes para executá-los, sendo que esses acordes já foram aprendidos uma vez e armazenados em nossa memória, o próximo passo é decorar quais são as seqüências desses acordes já conhecidos, e que deverão ser executados para formar a música que vai ser tocada, para isso também se deve conhecer a música, tanto a melodia, quanto à letra, se houver, que também ficará arquivada em nossa memória. Depois disso é só tocar a música, e cada vez que ela é executada, ela ajuda a fazer com que a próxima vez ela saia quase que automaticamente, sem precisar de muito esforço para lembrá-la.
Mas logo depois que essa música é executada, ela é praticamente esquecida pelo intérprete que deverá tocar outra, ou que não irá tocar mais, enfim ela será esquecida até o momento em que for executada novamente, mas estará sempre guardada na memória do interprete.
Pois então aí está a comparação com o funcionamento dos computadores, mesmo quando estão desligados eles possuem informações que estão guardadas dentro da memória e que virão a serem acessadas quando o mesmo for ligado. O mesmo acontece com as pessoas que enquanto dormem mantém suas informações quietas, mas com uma diferença, a diferença que nós podemos sonhar, e o sonho nada mais é do que lembranças acessadas pelo cérebro que se manifestam em forma de algo não real. Mas quem garante que as informações dentro do computador não circulam, já que, funcionam à base de energia e de circuitos elétricos ? Bom isso é uma outra estória...
Outra vez falando do interprete, quando ele for executar qualquer outra música de seu conhecimento, instante antes seu cérebro seleciona os arquivos que se referem àquela música, e que faz com que trechos de outras canções não sejam executados nela e conseqüentemente mude a música, esse procedimento se assemelha com o executar dos programas dos computadores, onde arquivos ".dll" são acessados e se relacionam com outros que juntos farão com que o programa execute de forma correta, sem se misturar com outros que não combinam com a ação desejada.
E quando esses arquivos são perdidos pelo computador é porque ocorreu algum problema com o mesmo. Problema esses que, se for levar para o lado humano, poderia dizer que a pessoa sofreu algum acidente ou alguma doença que provocou essa reação.
Esse texto pode não ter servido para muita coisa, mas serviu para mostrar que além de sermos a base para a construção de novas máquinas e tecnologias, o banheiro também é uma grande fonte de inspiração e quem sabe nele surgiram grandes idéias que muitos ficaram com vergonha de expor e preferiram jogá-las por água abaixo... Diferentemente do meu caso, que apesar de muitos estarem achando isso uma merda eu me orgulho de ter ocupado meu tempo com esses pensamentos que me ajudaram a descarregar tudo aquilo que realmente é ruim de dentro de mim... Espero que você também faça o mesmo, tenho certeza que irá se sentir mais aliviado. Pratique a filosofia de banheiro.

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SONHOS

Dê asas e imagine a ação.
Ontem eu sonhei, e hoje vou te contar.
Sonhei que não existia mais, mas não foi difícil me acostumar.
Eu não existia na forma conhecida atual, mas sim na forma infinita e atemporal.
Não existia, mas também não morria. Simplesmente vivia.
Andava, falava, olhava, passava e voava. Circulando entre as pessoas, ninguém me notava.
Viajava no tempo indo de um canto a outro do mundo.
Comecei voando, como sonha um menino.
E de cima olhava para baixo escolhendo qual seria o destino.
Primeira parada Egito.
De pirâmides, areia, mistérios e costumes, a principio um pouco esquisitos.
Conheci Tutancamom, o grande faraó. Conversa rápida pois quando parti olhei para trás, e o mesmo já estava reduzido a pó.
Fui para a Grécia.
Aristóteles, Platão e Sócrates reunidos estavam por lá. Discutiam idéias e conceitos sem saber onde, anos depois, os mesmos iriam parar. Fênix me fez companhia e me disse que eu era especial. Já que outra vez até Ícaro tentará a façanha de voar, mas sem sucesso, acabou se dando mal.
Fui então para o Japão e sem destino certo seguia, mas nem tive tempo de descer pois vi que lá, uma bomba explodia. Assim, resolvi ir embora, sabendo tempos mais tarde, notícias daquela ilha, e da potência que era agora.
Europa então.
Itália bateu forte o coração quando eu cheguei, e olhando passei. Das campanhas do Sul às montanhas do Norte, e como faz parte da minha existência, está explicado por que o coração bateu forte. Depois de descer outra vez e andar pela terra que às vezes virava mar. Aquilo apesar de bonito não me chegou a enjoar, mas me causava estranheza. Mas por pouco tempo, pois logo em seguida, percebi que estava em Veneza.
Andei um pouco mais pelo chão com destino a França, andando por todo o Mediterrâneo em sua beira, em pouco mais de segundos, cheguei enfim à fronteira.
Museu de Louvre, Córsega, comida, charme, a arte está presente aonde se pisa. E a partir daquele momento descobri do que ri a Monalisa.
Virei a cabeça e decidi procurar lugares por muitos, antes esquecidos.
Visitando a Tailândia e o Nepal, comprovei que são lugares bem parecidos.
Índia, terra de mistérios e povo sofrido. Talvez seja mais forte que muitos outros países se todos os povos de lá, resolvessem ficarem unidos.
Muito quente parti para a Rússia, o maior território, terra branca, de neve e de frio. Pessoas grandes e de pouco calor, decidi visitar o Brasil.
Gostei, vivi, morei, entendi as belezas, mas outras coisas como o governo, até hoje não sei.
Talvez o lado bom e o lado ruim tenham se juntado para fazer o lugar, eu pensei. Pois o privou de fenômenos naturais, mas colocou governantes que ninguém agüenta mais.
Argentina, Chile, Bolívia, paises onde pude visitar e acompanhar. Um pequeno grupo que apesar de pequenos, comparados aos demais, sabem se reerguer e lutar.
Sem esperar, algo mais forte me atraiu. Vindo dos Estados Unidos da América com a força de um imã senti uma forte atração. Uma força que puxa muitas pessoas gerada e impulsionada ainda mais, pela força da televisão.
Na casa branca, a sua cor estava mais pálida do que eu esperava, como se aquele clima estranho que no ar pairava fosse um alerta de atenção, a um perigo que sempre rondava.
Ali, liguei os fatos à ocasião. Aquele mesmo lugar onde eu estava, tinha sido responsável pelo medo e desastre que me impediu de conhecer o Japão, mas com uma diferença de pensamento e valores de visível compreensão. Já que a pequena ilha sabia quem era o inimigo que os atacou na ocasião, e após terem sido destruídos, conseguiram a reconstrução. Já com o potente e imponente país do mundo atual, não aconteceu isso não. Tudo bem que eles não foram totalmente destruídos, mas mesmo assim, seus inimigos começaram a atacar e ficar escondidos em muitos países, como Iraque ou Afeganistão.
Andei, voei e vi. Mas não posso parar e nem quero.
Quero sim é ter outras experiências das mais complicadas as mais banais. Conhecer e passar por lugares interessantes, não importando se estejam em guerra ou em paz.
A pequena Zwuatanerru no Pacífico, ou a escondida Atlântida, que do mar não saiu jamais.
Vi e vejo as pombas nas ruas, voando e andando livres.
Os gatos que enxergam no escuro, a pessoa que é independente e firme como o mesmo gato, ou aquele que sempre está em cima do muro.
Tudo tem sua hora certa, espaço e lugar. E enquanto essa vontade existir e surgir em uma hora que não pudermos saciar, o melhor a fazer é tê-la, se concentrar e sonhar.
Sonhar de olhos abertos, fechados, andando ou parados, viajar é sonhar.
Voltei à forma normal, mas minhas asas não foram cortadas, foram apenas guardadas.
Guardei as asas por que nesse mundo atual, elas fisicamente, não são concebidas a nós humanos mortais. Pois talvez se tivéssemos, iríamos dar um jeito de acabar com seus verdadeiros e merecedores donos, os animais.
Nós temos asas, que se abrem quando fechamos os olhos.
Eu então abri os olhos e acordei. Mas as asas... eu nunca fecharei.

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